Ônibus das linhas da Unicentro geram reclamações

@Silmara Andrade/Hoje Centro Sul
Cerca de um terço dos estudantes do campus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste utilizam o transporte público para fazer o trajeto de suas casas até a universidade. Mas ultimamente as linhas que fazem essa ligação começaram a ser alvo de reclamações por parte dos alunos, principalmente após a redução do número de ônibus nas linhas da Universidade, fato esse que, segundo os estudantes, tem resultado em superlotação em alguns horários.

Neli Chvaitchuk é estudante do quarto ano de Letras Espanhol e faz uso diário da linha que é apontada como a mais superlotada, a do horário das 22h30. “Sem o ônibus que passava 22h20, todo mundo vai direto nesse das 22h30, então ele fica muito lotado, para ficar de pé falta espaço, até para descer nos pontos fica muito complicado”, conta Neli.

Outro horário que gera reclamações é o das 17h, já que é horário de pico da saída dos alunos dos cursos vespertinos e integrais. “Essa superlotação nos expõe a perigos diários e acontece porque quase sempre precisamos utilizar os ônibus da linha do Riozinho, pois os que fazem a linha da Unicentro são raros”, comenta a aluna do curso integral de Psicologia, Bruna Zarpelon.

Outros problemas
A questão da superlotação não é o único ponto de reclamações dos estudantes, há também queixas sobre a falta de educação de alguns cobradores da linha. “Algumas cobradoras não sabem falar, só gritam com os alunos, muitas vezes causando embaraço para os estudantes que são alvos das palavras. Mesmo quando o ônibus já está muito cheio, reclamam aos gritos de quem fica próximo a catraca”, relata Bruna.

Roger Alberti, outro aluno da instituição, também já presenciou casos de falta de comunicação entre cobradores e alunos e que resultou em um acidente. “Um dia, a cobradora deu sinal para fechar a porta sendo que tinham pessoas saindo do transporte ainda, ocasionando assim um pequeno acidente, um colega caiu sobre a calçada e quase bateu a cabeça no meio fio”, relata.

Além desses acidentes, a velocidade empregada por certos motoristas também gera críticas por parte dos universitários. “Alguns motoristas correm muito para cumprir horário, porém não entendo o que cinco minutos a mais na viagem vai mudar na vida de alguém, a não ser na nossa, usuários que quase sempre estamos de pé tentando nos segurar, porém nos desequilibrando com a velocidade, com as curvas e freadas que, por vezes, ocasionam tombos no interior dos ônibus”, exclama Bruna.

Empresa se defende
A empresa Transiratiense é a responsável pelo transporte público da cidade, o que inclui as linhas que ligam os bairros a Unicentro. Sergio Zwar é gerente da Transiratiense e mostra a visão da empresa acerca dos pontos de reclamação. Sobre a diminuição nas linhas, Sérgio explica que isso ocorreu devido ao prejuízo que causavam. “A maioria das linhas dava prejuízo, os ônibus vinham vazios e ficava complicado mantê-los, por isso, a gente mudou a estratégia”, explica. Apesar da diminuição, Zwar acredita que é só questão dos alunos se acostumarem com os novos horários para que a superlotação pare de acontecer.

Sobre a educação dos funcionários com os usuários do transporte, o gerente relata que já ouviu reclamações e que ocorreu, inclusive, uma demissão relacionada a isso.  Zwar afirma que sempre conversa com os motoristas e cobradores pedindo-lhes para manter a calma e o respeito durante o serviço, mas também deixa claro que muita das vezes as discussões partem dos alunos e nisso a exaltação acontece.

Na questão da alta velocidade, Sérgio diz que todos os veículos da empresa, como a lei prevê, têm tacógrafos (aparelho que registra a velocidade dos ônibus para posterior análise). “Com o uso desses aparelhos fica certo que os motoristas não ultrapassam a velocidade máxima exigida na via, portanto, não tem como eles estarem correndo. Talvez os passageiros tenham essa impressão de dentro dos ônibus, mas nenhum limite é desrespeitado”, diz Zwar.

Raphael Gierez/Hoje Centro Sul