Adapar de Irati orienta sobre a venda irregular de agrotóxicos e o uso correto do produto

Nas últimas semanas, a Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), em Irati, está recebendo um grande número de denúncias envolvendo o uso de agrotóxicos irregulares. Segundo informações, alguns agricultores da região Centro Sul do Paraná estão utilizando produtos contrabandeados e com ingredientes ativos proibidos pela Vigilância Sanitária brasileira.

Divulgação/IBAMA

O engenheiro agrônomo da Adapar em Irati, Rodolfo Penteado Garbelini, explica que, apesar do órgão receber a denúncia, a entidade responsável pela apreensão dos produtos irregulares é a Polícia Federal. “Nós recebemos a denúncia, mas não podemos fazer muita coisa. Nós vamos até a propriedade e tentamos identificar os responsáveis e repassamos as informações para o órgão responsável, que é a Polícia Federal. Só temos autonomia quando conseguimos provar que o agricultor está utilizando o produto contrabandeado. Isso acontece através de testes laboratoriais, porém, eles demoram muito e, quando o resultado está pronto, às vezes o produtor até já colheu e vendeu a produção. Eu tenho análises, de denúncias anteriores, que já estão no laboratório há 60 dias”, afirma. Ainda segundo ele, quando a Adapar consegue comprovar o uso de produtos irregulares, o órgão tem autorização para destruir a produção e apreender os agrotóxicos contrabandeados.

Rodolfo ressalta que apesar do baixo preço, o uso de agrotóxicos não-autorizados no Brasil pode causar sérios problemas à saúde e ao meio ambiente. “Nós tentamos alertar os agricultores quanto ao uso desses produtos. Quando o agrotóxico é autorizado, as instruções de primeiros socorros estão em português, para que, caso ocorra contaminação, o produtor saiba como agir. Esses produtos do Paraguai não. Ninguém sabe qual é o ingrediente ativo dele e o que esse agrotóxico pode fazer ao meio ambiente e à saúde. Os agricultores que estão utilizando esses produtos estão se arriscando”, destaca.

Para o engenheiro agrônomo, alguns agricultores estão utilizando produtos irregulares visando o lucro e, assim, acabam deixando a prudência de lado. “As pessoas que estão revendendo esses produtos para os agricultores dizem que o agrotóxico é melhor. De fato, um produto novo tende a ser mais eficiente, pois as pragas costumam criar resistência ao longo do tempo aos agrotóxicos mais utilizados. Porém, o barato pode sair caro, pois ninguém sabe a procedência do produto. Hoje em dia, ainda é muito comum você chegar nas lavouras e os agricultores falarem que possuem plantações para venda e para consumo próprio.  A maioria não consome os produtos que plantam para vender”, diz.
Os agricultores que suspeitam do uso ou venda irregular de agrotóxicos podem entrar em contato com a Polícia Federal através do 0800 940 7030. A denúncia é anônima.

Uso correto

O engenheiro agrônomo da Adapar, em Irati, Rodolfo Penteado Garbelini, conta que o órgão também recebe muitas reclamações do mau funcionamento de defensivos. Segundo ele, essa situação ocorre, muitas vezes, pela utilização incorreta do produto. “Muitos agricultores ainda insistem em colocar uma dose menor do produto. Essa subdose, além de não ser indicada, pode colaborar para a criação da resistência de algumas pragas”, afirma.

Ainda segundo Rodolfo, em alguns casos na atual safra, houve um aumento no número da população de pragas, o que dificultou o controle. “Nesses casos, a situação é mais delicada, você precisa investigar o que aconteceu e avaliar qual é o produto mais eficiente para conseguir controlar. Na atual safra, houve aumento na população de pragas, então, o controle ficou mais difícil”.
O engenheiro agrônomo destaca que em determinados casos, o mau funcionamento do produto pode ocorrer devido a problemas de fábrica. “Algumas situações envolvem problemas que aconteceram na formulação do produto. Nesses casos, a Adapar fará testes e entrará em contato com o fabricante, para que ele efetue a troca do agrotóxico e confira se outros produtos tiveram o mesmo problema”, finaliza.

Novo endereçoA Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) informa que está atendendo em novo endereço em Irati. Antes, o órgão funcionava no mesmo prédio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Agora, a Adapar em Irati está atendendo em prédio próprio, nos fundos da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Irati, na rua Coronel Emílio Gomes, s/n, Centro, em frente ao Colégio SESI.


Texto: Kyene Becker/Hoje Centro Sul