Pais fazem manifestação na Câmara de Vereadores de Rio Azul

Pais e alunos da escolinha de futebol Furacão, do grupo de dança Muleka e do grupo de ginástica de Rio Azul realizaram uma manifestação na Câmara de Vereadores do município na noite de segunda-feira (06). Os vereadores foram recebidos sob vaias dos presentes. Durante a sessão, os vereadores leram o ofício encaminhado pela comunidade, falando sobre a importância dos projetos para o município. Os manifestantes pedem o retorno das professoras que coordenavam as atividades dos grupos.

Rodrigo Zub/Rádio Najuá
 As professoras estão afastadas dos projetos por conta do ofício encaminhado à Promotoria de Rebouças, que pede a regularização da situação das duas. O requerimento é um pedido do vereador de Rio Azul, Edson Paulo Klemba, que alega que as professoras estão em disfunção de cargo, ou seja, fora da sala de aula.

Galdina Martinhuk, mãe de um aluno da escolinha de futebol Furacão, conta que ninguém explicou o motivo da saída da professora Sandra Romanhuk Nós. “Ninguém nos explicou porque ela saiu, simplesmente ela foi afastada. Ela estava fazendo um excelente trabalho em prol do município”, afirma. Segundo Maria Luciane Kubriczysk, mãe de dois alunos da escolinha de futebol e aluna da ginástica, as crianças estão sem atividades no horário livre e fala sobre o descontentamento da população rioazulense. “Todo o trabalho foi encerrado, não tem mais nada e as crianças estão sem nenhuma ocupação no contra-turno da escola, parados e em casa. Nós não estamos contentes com isso. Isso é uma falta de entendimento dos responsáveis, porque não foi só um vereador que fez isso, a aprovação foi unânime. Ninguém pensou na comunidade, no que seria importante para a população”, completa.

Rodrigo Zub/Rádio Najuá
O vereador Edson Paulo Klemba, autor do requerimento, afirma que o ofício não pedia o afastamento das professoras e explica que uma portaria assinada pelo prefeito pode regularizar a situação. “A Câmara Municipal nunca pediu para tirarem a professora Sandra de qualquer projeto. Nós apenas identificamos que duas professoras estavam em disfunção. Se o prefeito quiser e for coerente, ele fará uma portaria, autorizando a professora a trabalhar nesses projetos”, diz.
Edson também alega que as professoras estão sendo pagas com a verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e afirma que não existe qualquer tipo de perseguição política. “A prefeitura pode ser autuada por estar usando o dinheiro do Fundeb para pagar essa professora. O Fundeb é especial para os professores que estão dentro de sala de aula. Todos nós sabemos que o grupo Muleka é um projeto pessoal da professora Sandra e não um projeto municipal. Não existe perseguição pessoal. Ninguém pediu pra parar nada, nós estamos apenas pedindo a regularização”.

O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Azul, Sérgio Mazur, explica que a Câmara não quer o encerramento dos projetos. “As pessoas ficaram contra os vereadores, mas ninguém aqui quer o encerramento dessas atividades. Somos favoráveis aos projetos. O que foi pedido é apenas a fiscalização para saber se há alguma irregularidade”, diz. Já para o vereador Leandro Jasinski, a situação está se transformando em uma briga pessoal e prejudicando os moradores de Rio Azul. “Isso está virando uma briga política e tem que acabar. Ninguém aguenta mais. A população quer ver os benefícios acontecendo na cidade e é para isso que nós trabalhamos”, finaliza.

Jasinski se refere ao fato de Edson Paulo Klemba, que ocupava o cargo de Oficial Administrativo na prefeitura de Rio Azul, ter sido afastado da função após resultado de sindicância realizada pelo município. Sua saída do quadro de servidores municipais foi oficializada, por meio do decreto 063/2014, assinado no dia 12 de setembro, e publicado na edição do dia 17 de setembro, do Diário Oficial de Rio Azul.

Kyene Becker