Os vencedores da 33ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul, em Santa Cruz do Sul, não irão representar o estado no Rodeio Nacional dos Campeões, que ocorrerá em julho, em Irati (PR), devido à retirada da modalidade do evento.
O presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG), Roberto Basso, afirmou que a decisão foi tomada como precaução a possíveis protestos de ONGs pró-animais e ações judiciais. Os organizadores entendem que qualquer impedimento legal às gineteadas pode comprometer todo o rodeio, que inclui provas como chasque, rédeas, laço e vaca parada (crianças).
Essa preocupação já vinha sendo manifestada por alguns tradicionalistas nos bastidores. No entanto, uma emenda à constituição aprovada em 2017 garante a utilização de animais em atividades desportivas como vaquejadas e rodeios, garantia que está sendo contestada por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) proposta pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.
A ADIN deve ser julgada ainda no primeiro semestre pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No Rio Grande do Sul, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público (MP) e entidades ligadas à tradição garante a realização dos rodeios, desde que sejam cumpridas normas de bem-estar animal.
O promotor Luis Augusto Gonçalves foi pioneiro nesse tipo de medida, criando uma cartilha para estabelecer normas de proteção durante o Rodeio Internacional de Vacaria. Atualmente, não existem denúncias de maus-tratos, e a festa campeira conta até mesmo com o acompanhamento de ONGs, que fiscalizam o cumprimento das regras. No ano passado, o então deputado estadual Rodrigo Maroni apresentou um projeto de lei para proibir esse tipo de atividade, mas a proposta não avançou e acabou sendo arquivada.