Livro retrata memórias de imigrantes no Paraná


Volume II do livro "Vindas" mostra chegada e trajetória de imigrantes alemães, ucranianos, poloneses, árabes, italianos e espanhóis 

O Paraná é conhecido como um estado multiétnico e multicultural devido ao grande número de imigrantes que ajudaram na sua formação. E são as histórias desses imigrantes que são retratadas pela editora ABC Projetos no livro Vindas – Memórias da Imigração, Volume II. O projeto é aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo com patrocínio da Copel e Caminhos do Paraná. O lançamento do livro será dia 25 de março, às 19 horas, no Sesc Estação Saudade, em Ponta Grossa. O livro será vendido por R$ 50,00 (cinquenta reais) e o evento será aberto ao público.

O projeto, da jornalista Alessandra Perrinchelli Bucholdz, com a colaboração dos jornalistas Diego Antonelli e Jefferson Luiz Schneider Dittrich tem a proposta de contar a própria história do Estado, a partir dos imigrantes que iniciaram um novo capítulo de suas vidas no Brasil, a partir de vários motivos que os levaram a deixar suas pátrias. “Há muitas histórias sobre o Paraná que ainda precisam ser contadas a partir do viés da imigração. Ter a oportunidade de ouvir imigrantes que chegaram no Estado há décadas e são responsáveis pela formação de uma identidade regional é algo encantador e necessário”, revela Alessandra.

O Volume II do livro Vindas traz as histórias de Zofia Brzegow, imigrante polonesa, Haidar Omar, imigrante libanês, Saturnino Hernando, imigrante espanhol, Alice Hoffmann, ascendente alemã, Edison Moro Rios, ascendente italiano e Pedro Choma Neto, ascendente ucraniano.

O jornalista Diego Antonelli explica que os relatos dos imigrantes constituem elemento fundamental para entendermos costumes e tradições presentes nos estados brasileiros, bem como a diversidade de olhares sobre os mais diversos assuntos. “Para podermos entender a realidade atual é necessário conhecermos nosso passado. A história explica o presente e também ajuda a projetarmos o futuro”, afirma Diego. Alguns imigrantes, principalmente aqueles que viveram em colônias, ainda hoje tentam manter tradições de seus países de origem e estimular a família para que continue utilizando o idioma estrangeiro nas conversas em casa.

Já o jornalista Jefferson Luiz Schneider Dittrich enfatiza que geralmente quando se fala de imigração, aspectos genéricos se sobressaem em relação aos aspectos mais humanos dessas famílias. “Quando olhamos para esses recortes mais próximos focados em representantes, as histórias ficam mais vivas, porque ela não é uma história genérica de um grupo, e sim de uma família que tem particularidades”, afirma. 

O livro traz fotografias antigas e atuais, além de ilustrações, retratando os percursos e caminhos das famílias desde que deixaram seus países de origem até chegar ao Paraná. Cada capítulo também é traduzido para o idioma de origem do imigrante. Há ainda, ao longo dos capítulos, QR Codes com audiolivros, medida que garante acessibilidade de leitores com deficiência visual. 

O primeiro volume foi publicado em 2018 e conta a história de sete etnias vindas ao estado. A ideia segundo volume II é dar continuidade e amplitude nos registros dessas pessoas que, muitas vezes, estão com a idade mais avançada.