A Transferência na Psicanálise

 



COLUNA: Saúde Mental & Psicanálise - Setembro de 2021 

A Transferência na Psicanálise

O processo de terapia ocorre a partir de um vínculo entre o psicólogo e o paciente. Na psicanálise, chamamos essa relação de transferência. É através dela que o analisando poderá falar ao analista daquilo que faz questão para ele. Para falar um pouco mais sobre a transferência, hoje conto com a participação do psicólogo clínico Celso Dias da Silva Junior:

Élisabeth Roudinesco e Michel Plon, em seu Dicionário de Psicanálise, registram alguns termos resgatados por Ellenberger que se relacionam a transferência, e que nos ajudam a entender um pouco essa relação que surge durante um processo de análise, entre analista e analisando: afinidade, necessidade de direção, transposição afetiva, entre outros.

No mesmo verbete, os autores nos chamam a atenção para o fato de que o registro da existência de transferência em processos terapêuticos é anterior às considerações de Freud e não se restringe à Psicanálise. Porém, mesmo não sendo esse um conceito de elaboração freudiana, a grande diferenciação promovida por Freud com relação a ele foi o de se utilizar da transferência para o processo curativo de tratamento.

Assim, no decorrer de um processo analítico surge uma relação entre analisando e analista, que irá permitir, pelo exercício das associações livres do analisando, a retomada de certos conteúdos inconscientes e de resistências que, permeando a relação, acarretarão a atualização de questões do analisando que permitirão a este, por meio do manejo do analista, uma elaboração destas questões.  

Freud, em 1912, publica o texto “A dinâmica da transferência” e trata especificamente deste assunto, destacando as possibilidades referentes ao manejo dos conteúdos inconscientes dela decorrentes, e como ele mesmo apontou, a existência de uma transferência positiva, aquela que se apresenta como uma aproximação amorosa e amistosa entre os dois lados envolvidos na análise; e a transferência negativa, hostil e agressiva de uma parte para com a outra. Ambas essas situações representariam, então, as atualizações de questões infantis não elaboradas do analisando e que agora são retomadas na sua relação com a figura do analista.


Celso Dias da Silva Junior
CRP: 08/34513
Graduação em Psicologia pela UNICENTRO

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Paula Benato
CRP: 08/26034

Graduação em Psicologia pela UNICENTRO
Especialização em Saúde Mental e Psicanálise pela PUC-PR
Percurso em Psicanálise

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