Nesta terça-feira (18/05), Irati infelizmente perdeu mais cinco vidas para a COVID-19. Uma delas foi a de Gabrielli de Oliveira Recofka, chamada pelas pessoas próximas de "Gabi", que chamou a atenção pela pouca idade: somente 22 anos de vida. Há pouco mais de dois meses, no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, havia se tornado mãe da pequena Alice.
De acordo com Laís Golinski, tia de Gabrielli, que conversou com a redação do Jornal Iratiin, sua sobrinha recebeu o resultado positivo dos exames no dia 25 de abril, um domingo, em uma consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ela então ficou em isolamento domiciliar, seguindo as recomendações que lhe foram prestadas pela equipe de atendimento.
Segundo o relato da tia, no dia 28, após uma piora no quadro, Gabrielli retornou à UPA e, lá mesmo, foi entubada e encaminhada para o Hospital Santa Casa de Irati. Infelizmente, em razão da grande quantidade de casos registrados no município, a jovem precisou aguardar por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar de haver vagas disponíveis em outros municípios, a paciente encontrava-se debilitada demais para ser transferida. A vaga na UTI da Santa Casa surgiu no dia 02 de maio e, desde então, Gabrielli permaneceu internada até o dia 18/05, quando infelizmente veio a falecer.
LEMBRANÇAS
"A Gabi era uma menina sonhadora, de riso fácil. Era linda por fora, maravilhosa com seus olhos azuis, e era também uma pessoa linda por dentro. Ela amava a vida, e tudo era intenso com ela. Ela era intensa demais. Desde o dia em que ela nasceu, ela encheu nossa casa de riso, nosso coração de alegria e nossa vida de esperança. Ela acreditava no amor, era extremamente sonhadora. Um dos sonhos da vida dela era ser mãe, e ela conseguiu. Gestou a Alice - que nasceu em um dia histórico, símbolo de muita luta - e a Gabi aproveitou muito os dias em que ela estava aqui com a filha", relembrou Laís, em um depoimento bastante emocionado.
AGRADECIMENTO
Em nome de toda a família, Laís deixou um agradecimento a todos os profissionais da UPA e do Hospital Santa Casa de Irati, que, conforme as palavras da tia de Gabrielli, desde o início, trabalharam incansavelmente, tratando a todos com muito carinho e respeito, cuidando da paciente com muito profissionalismo e dedicação. "Assim como nós, não deixaram de acreditar na Gabi por nenhum instante. Eles realmente têm se dedicado e colocado suas próprias vidas em risco para salvar outras vidas", citou.
RECOMENDAÇÃO
"Nós apoiamos que as autoridades façam alguma coisa enquanto ainda há tempo. A dor que nós sentimos hoje é imensa - não tem tamanho - e nós não queremos que ninguém mais passe por isso. Apoiamos que haja medidas mais restritivas e mais sérias. As autoridades precisam fazer valer a responsabilidade do poder que têm em mãos, e fechar tudo até que este caos diminua um pouco. A Gabi teve oportunidade de ser tratada, mas, se os números continuarem aumentando da maneira como estão, as pessoas talvez não tenham nem esta oportunidade, pois não haverá vagas. Esperamos que haja um lockdown de verdade, pois as coisas estão muito sérias", mencionou Laís Golinski.