Aconteceu nesta sexta-feira (06 de outubro), às 15h, na sede da Câmara Municipal de Irati - PR, o Ato de Absolvição Pública dos agricultores da Associação Assis de Irati e de outras entidades ligadas à Agricultura Familiar no Estado do Paraná, apontados durante a Operação Agro-Fantasma, delfagrada entre 2009 e 2013, como tendo cometido os crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. Após mais de 3 anos, os agricultores foram inocentados em no final de 2016 e início de 2017.
A alegação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, à época das prisões, foi de que estariam ocorrendo ilegalidades no momento da entrega dos alimentos às entidades da rede socioassistencial conveniadas ao Programa de Aquisição de Alimentos, como hospitais, restaurantes, CMEIs, cozinhas comunitárias, entre outros.
De acordo com a organização, o Ato de Absolvição Pública faz parte do movimento de rearticulação da agricultura familiar na região, que teria ficado muito abalada após o intenso período de criminalização supostamente provocado pela Operação Agro-Fantasma.
Uma das pessoas detidas em Irati, o agricultor familiar Gelson Luiz de Paula, acredita que a ação foi pensada para prejudicar os produtores rurais. Ele integra a Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis, que fazia entregas ao PAA. O trabalhador rural conta que a prisão infundada trouxe dificuldades financeiras para as famílias e para as entidades investigadas, além de outros prejuízos. “Isso prejudicou muito nossas vidas, nossa auto-estima e nossa moral”, lamenta. Gelson ainda conta que ficou mais de 40 dias na prisão. As vezes dividia sua cela com traficantes, assaltantes e outros.
Confira as entrevista e vídeos que nossa equipe fez no Ato:
Imagens e reportagem: Sergio Popo
Informações: Franciele Petry Schramm e Dayse Porto/Brasil de Fato