Hélio de Mello (PMDB) sugere que há "ingerência" na Saúde de Irati


"Não precisa ser político, muito menos presidente da Câmara, para ver a ingerência da Saúde pública do município de Irati. Se está faltando dinheiro, foi mal planejada a aplicação dele. Não podemos - e eu não posso - assumir a culpa de alguém que não administrou de forma correta os recursos". Foi o que disse o vereador Helio de Mello (PMDB), presidente da Câmara Municipal, durante a discussão do Projeto de Lei 008/2018, que autoriza o Poder Executivo municipal a abrir crédito adicional especial na importância de até R$ 7.820.000,00 (sete milhões e oitocentos e vinte mil reais), o qual foi aprovado em duas votações por unanimidade de votos pela Casa de Leis, na última terça-feira (27/02), tendo sido uma das aprovações em sessão ordinária, e outra a seguir em sessão extraordinária. 



Helio de Mello também citou: "fala-se que a Saúde de Irati está assim por causa de mim, da minha pessoa. Sei que o Facebook é uma rede social que aceita tudo o que postam. Mas, gostaria que as pessoas se informassem para saber como funciona a votação de um projeto. O presidente não pode colocar em votação, se não tiver o parecer das comissões", esclareceu o parlamentar, ainda continuando: "e eu acredito que um projeto que veio com um valor na súmula, e lá na justificativa outro valor, já causou dificuldade de entendimento. Uma justificativa que chegou ontem nesta Casa de Leis, contando o que seria", afirmou.

RITO LEGAL
Foi após a primeira aprovação e antes da segunda votação que o vereador Helio de Mello fez um esclarecimento em referência ao PL 008/2018. "Projeto que tem causado polêmica dentro da nossa comunidade. Ele veio para esta Casa de Leis no dia 06 de fevereiro, na primeira sessão ordinária do ano. Neste dia, após a entrada, foi encaminhado às Comissões (Permanentes). A segunda terça-feira de fevereiro era semana de Carnaval. No dia 20/02, quando foi feita a pauta da sessão, não havia os pareceres das comissões - porque elas têm também o prazo em que elas podem estudar, de acordo com as dúvidas e com a necessidade de cada comissão, tendo a Câmara até 90 (noventa) dias para apreciação e votação do projeto", explicou.

REUNIÃO
"Não fui procurado pela secretária de Saúde", argumentou Helio. "A pessoa que me procurou foi a secretária de Administração, tentando marcar uma reunião para o mesmo dia, que era a terça-feira passada (20/02). Eu disse que não poderia participar, porque já tinha compromisso com o secretário Luiz Carlos Ramos. Consegui chegar na Câmara era aproximadamente 18h50. Eles sabiam que eu não poderia estar na reunião, mas quiseram falar com os demais vereadores", contou o presidente da Câmara, ressaltando novamente que não poderia na ocasião colocar o projeto em pauta, pois não havia, até aquele momento, o parecer da Comissão de Finanças e Orçamento.

URGÊNCIA
Helio de Mello também fez o seguinte questionamento: "quando o projeto deu entrada nesta Casa de Leis, alguém dos nobres pares recebeu algum documento dizendo que era urgente a apreciação do projeto? Não. E confesso aos senhores que eu não tenho bola de Cristal", discursou. "Sempre estive e estou à disposição para tratar dos assuntos relacionados à nossa comunidade, à nossa sociedade, com toda a dedicação e respeito. E como vereador, a área em que eu mais atuo - e isso vocês podem perguntar aos meus eleitores, às pessoas que vivem no interior - é a Saúde", complementou.

FALTA DE REMÉDIOS
Mello pontuou que, em consideração à comunidade, às pessoas que precisam dos remédios e ao prefeito Jorge Derbli (PSDB), que encaminhou mais recentemente um documento solicitando a aprovação de urgência do PL 008/2018, foi realizada a sessão extraordinária. Dessa forma, o presidente da Câmara destacou que não houve nenhum atraso por parte da Casa de Leis na apreciação. "Esta Casa não retardou em nada o processo. Se falta remédio na secretaria de Saúde, não é culpa da Câmara. Nós estamos aprovando. Há um erro em outro lugar, não na Câmara. E se é por causa da Câmara que não tinha remédio, como haviam falado, comunidade e população: a partir de amanhã vão lá na secretaria, que deve ter remédio, porque nós já aprovamos o projeto", sugeriu Helio de forma irônica.

FALTA DE ÉTICA
"Dentro da rede social, todo mundo tem o direito de comentar, de falar - e com razão - dentro daquilo que pensa, daquilo que conhece. Mas, uma pessoa que está à frente de uma administração pública, de uma pasta de Secretaria, tratar alguém responsável por um dos poderes, neste caso o Legislativo, por meio da rede social, eu acho antiético", opinou Helio de Mello (PMDB), ainda acrescentando que parece haver o entendimento equivocado, por parte de alguns gestores, de que a Câmara seria um departamento da Prefeitura.