ARECI presta homenagem ao engenheiro Tadeu Panka


A Associação Regional dos Engenheiros Civis de Irati (ARECI) presta homenagem a Tadeu Panka.


Homenagem do Presidente Ramon Pires:

Hoje a associação teria tanto a tratar neste jornal. Participamos de uma audiência pública, na qual foi explanado sobre novos loteamentos em Irati. Falou-se do plano diretor, do impacto de vizinhança, enfim, daquilo que mais interessa para um engenheiro e cidadão. Mas, hoje não vamos falar do técnico: vamos falar do humano! Pois, um dia, todo engenheiro jurou que não deixaria que a frieza dos cálculos superasse a humanidade que existe em cada um.

Nesta semana, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) receberá um aviso de baixa por falecimento. O grande Engenheiro Civil Tadeu Panka foi trabalhar no infinito canteiro de Deus.
Hoje sobrou um capacete vadio sobre a mesa e uma caneta abandonada sobre a prancheta. Ah capacete vadio, que já não serve a ninguém. Ah, caneta abandonada, que repousas sozinha sobre a prancheta, sem nada desenhar, sem nada rabiscar, sem nada assinar. Para um engenheiro, a caneta é muito importante. É por meio dela que um desenho se torna oficialmente um projeto, e que uma ART ganha efetiva validade. Guardo minha primeira caneta até hoje. Existem vários jargões no nosso meio que se referem à caneta: Engenheiro caneteiro (Engenheiro que desonra a profissão vendendo a assinatura), Engenheiro caneta cheia (engenheiro que faz os boletins de medição para o governo), Engenheiro caneta pesada (engenheiro fiscal).

Conta a biografia de John Forbes Nash - economista e professor que viria a conquistar um prêmio Nobel, após sofrer por muitos anos de esquizofrenia - que pouco após ingressar num programa de doutorado na universidade de Princeton e sentindo-se inferiorizado perante os colegas,  ele assiste um professor receber dos demais membros do corpo docente suas canetas como reconhecimento aos méritos de uma longa carreira. Essa imagem da caneta lhe acompanha por toda a sua vida acadêmica. Essa história é contada no filme Uma mente brilhante.

Repetindo essa honraria, sempre que alguém em meu escritório faz algo grande, recebe de minhas mãos minha caneta. Mas, neste fim de semana, repousei serena minha caneta sobre o caixão de meu colega Engenheiro Tadeu, que tanto ensinou, que tanto fez e lutou, homem digno de reputação imaculada. Mais uma caneta abandonada. Mais uma caneta vadia que não desenha mais nada. Que não risca nem rabisca. E só me resta a inconsolável dúvida: quantas mais deixarei? Quando irão deixar para mim? Inconsolável duvida, que me assola sempre nestes dias e que me faz lembrar da letra de uma musica que diz muito sobre quem “desenha” o mundo:

“Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
Depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá”

Engenheiro Tadeu Panka: descanse na paz daquele que engenhou esse imenso universo. O Pai de todas as coisas.


Homenagem do Vice-presidente Rodolfo Hessel:

Eu, Rodolfo Hessel, como vice-presidente da Associação Regional dos Engenheiros Civis de Irati (ARECI) e como amigo dos filhos do homenageado Tadeu Panka - Bruno, Diogo e Tiago - venho desejar meus mais sinceros sentimentos à família. Família esta que era composta por quatro Engenheiros Civis.

Desejo aos três filhos Engenheiros que sigam todo o exemplo de personalidade e empreendedorismo deixados pelo pai, exemplo este que é fácil reconhecer por parte da Engenharia e pelos colegas de profissão. O legado deixado pelo amigo Tadeu na área da construção civil é imensurável, com uma quantidade incalculável de obras pela cidade de Irati e região, nas quais foram utilizados materiais fornecidos por ele.

Em nome da ARECI e dos profissionais da Engenharia Civil, deixo minha homenagem ao Sr. Tadeu Panka, e minhas condolências à Família Panka: Bruno, Diogo, Tiago e Srª Rosilda.


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