Em Irati, presidente da Fiep defende participação política e reformas estruturantes para superação da crise no país


Na noite de ontem (17), o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, esteve em Irati, reunido com industriais, políticos e  líderes sindicais das regiões Centro Sul e Campos Gerais.

Candidato único à reeleição para a presidência da entidade, Campagnolo encabeça a chapa Fiep Unida e + Forte nas eleições do dia 05 de agosto. Em Irati, ele relembrou que em sua primeira eleição, quando venceu a disputa contra Ricardo Barros, teve apoio irrestrito das lideranças sindicais do Centro Sul. “Estar aqui no Centro Sul, em Irati, me traz à memória quase cinco anos atrás quando eu comecei a caminhada para a eleição na Fiep. E lá nós tínhamos oposições muito fortes e eu comecei aqui. O interior é o nosso chão. E estar aqui com estes nossos amigos, nossos industriais, é se sentir literalmente em casa. Então, apesar de não ter um bate-chapa, a caminhada continua e em 1º de outubro começa um novo capítulo nessa história e ai eu espero voltar à região em outras oportunidades”,  comentou Campagnolo.
Nessa reeleição, o grupo que deverá continuar no comando da Fiep no quadriênio 2015-2019 é formado por representantes de 52 dos 109 sindicatos industriais filiados à Federação das Indústrias do Paraná.  Campagnolo defende a união das entidades e da sociedade civil para  que a crise atual possa ser superada.  “Para vencer as dificuldades que o país tem que superar, só conseguiremos com muito trabalho, com muita união, esta união que estamos sentindo nesta noite aqui em Irati”, disse.
Quando questionado sobre o principal desafio da instituição para os próximos anos, o presidente da Fiep reitera a necessidade do fortalecimento do associativo e do estímulo à mobilização social e política, tanto no âmbito da indústria, como em um contexto geral. Campagnolo atribui o cenário político e econômico ruim à omissão das pessoas em participar das decisões políticas. “Tudo que a gente está vivendo é fruto da nossa omissão, aqueles que leem neste momento são eleitores e se nós temos esse quadro ruim, é porque a gente não soube escolher direito, mais uma vez. Tem muita gente boa, mas a omissão dos bons, deixa com que a vontade dos maus prevaleça. Então, está na hora de haver movimentos, e não estou falando de movimentos políticos, ideológicos, partidários, estou falando em perceber situações novas que podem transformar Irati, esta região, o Paraná e pode transformar o Brasil. Eu acredito”, disse.  

Nesse contexto, ele comentou a reforma política, que avalia como insatisfatória para garantir o acesso ao poder, de forma igualitária, às novas lideranças.  “A reforma que estamos enxergando não é a reforma que queremos. Até porque o cenário que vemos, é o que facilita para os que estão no poder. Então,  gente nova  não vai ter a mesma visibilidade. Os eleitos já estão se apropriando de um capital político, que os novos não têm. Então,  este movimento tem que ser revertido urgentemente”, opinou.  O presidente da Fiep defende que, antes da votação da reforma política no  Senado, ainda há tempo para que a sociedade se mobilize, se manifeste.  

Desenvolvimento industrial
Quanto à participação prática da Fiep no desenvolvimento industrial dos municípios paranaenses, Campagnolo citou o trabalho que é realizado para a descoberta de novas potencialidades regionais, muitas vezes desconhecidas da comunidade. “Este trabalho é um ativo que nós temos dentro da Federação,  e sem dúvida, a agroindústria, o agronegócio está no DNA do paranaense e nos não vamos escapar disto, felizmente. Mas nós temos outras oportunidades, como em Imbituva tem um polo têxtil e de malharias que, quem iria imaginar, há trinta anos, que ia ter um polo deste? Mas tem. Por que? Ninguém disse para eles que não podia. Então o que está faltando hoje é acreditarmos mais na nossa potencialidade,  e estimular, principalmente os jovens, pois a nossa essência e o nosso futuro estão nas suas mãos. E  não estamos sabendo cuidar dos nossos jovens”, afirmou.

Programa de Proteção ao Emprego
Questionado sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), do  Governo Federal,  que prevê que empresas em dificuldades financeiras reduzam temporariamente a jornada de trabalho de seus colaboradores em 30%, com redução proporcional do salário e reposição de 15% pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Campagnolo defende que a medida é insatisfatória e só apaga incêndio. O presidente da Fiep  afirma que é necessário que o Governo Federal crie políticas públicas adequadas para a indústria, faça reformas estruturantes e não apenas  lance programas específicos como o PPE, tentando amenizar momentos de crise e desafogar o Seguro Desemprego.
“Qual o empreendedor que vai fazer um programa de um ano não demitir o seu funcionário,  onde vai ter uma ajuda de 15% na sua folha de pagamento?  É equivocado, não se discute a essência do problema,  o país está precisando resolver as reformas estruturantes, se não fizer isso a gente não vai superar as dificuldades”, enfatiza.    

Evento
O evento desta sexta-feira (17), com a participação do  presidente da Fiep e candidato a reeleição  Edson Campagnolo, empresários, políticos e  líderes sindicais das regiões Centro Sul e Campos Gerais ocorreu no Samuara Clube de Campo e foi organizado pelos Sindicatos Patronais da Madeira de Irati (presidido por Estanislau Fillus) e de Imbituva (presidido por Paulo Pupo). Também estiveram presentes, o prefeito municipal de Irati Odilon Burgath, o vereador Rafael Lucas e o presidente da ACIAI Marcielo Mazzochin. Após a reunião, foi servido um jantar.





Texto: Letícia Torres/Hoje Centro Sul 
Fotos: Ciro Ivatiuk/ Hoje Centro Sul