Série Prédios Históricos da Região
A Casa da
memória de São Mateus do Sul foi criada pela Lei nº 738/85, de 29 de outubro de
1985, proposta pelo então vereador Argos Fayad, tendo sido sancionada pelo
então prefeito Laurival Kwiatkowski Mayer.
A primeira sede
da instituição foi instalada em uma das salas da Extensão Administrativa do
município, no prédio conhecido como antigo Colégio das Irmãs (atual Secretaria
Municipal de Educação e Cultura), à época locado pela prefeitura para abrigar
vários órgãos da administração municipal.
Para coordenar a
Casa da Memória, foi designada a professora Zuleime Brongiel, do quadro
permanente do Município, a qual recebeu treinamento em órgãos do governo
estadual encarregados da área de museologia e história. Por volta de 1989
aproximadamente, a instituição foi desativada e a professora Zuleime Brongiel
transferida para outra área da administração.
Em 14 de
novembro de 1994, o município de São Mateus do Sul adquire junto à Congregação
da Missão da Província do Sul, de Padres Vicentinos, o imóvel registrado no
Cartório de Registro de Imóveis sob nº 13.175, situado na esquina da Avenida
Ozy Mendonça de Lima com a Rua 21 de setembro, o qual durante várias décadas
tinha sido ocupado pela residência dos padres e escritório paroquial, e que se
encontrava então alugado para fins comerciais, com a finalidade de instalação
da Casa da Memória. A escritura de transferência do imóvel estabeleceu que o
mesmo só pode ser utilizado para fins culturais e o valor da aquisição na época
foi de R$35 mil, pagos em dez parcelas mensais com juros de 12% ao ano e
correção monetária.
Em 1995, quando
já prefeito municipal, Argos Fayad baixou o Decreto nº 143/95, datado de 15 de
fevereiro de 1995, regulamentando o funcionamento da Casa da Memória e vinculando-a
ao Departamento Municipal de Cultura. O Decreto conta com um anexo que
estabelece as finalidades da Casa da Memória, classificando-a como instituição
de natureza científica e cultural, voltada à pesquisa nas áreas de ciências
sociológicas, antropológicas e naturais, destinada a investigar, recuperar e
registrar a cultura local, mantendo a memória do cotidiano anônimo e de sua
gente, tendo por finalidade o estudo da cultura material e espiritual e do
processo histórico com suas transformações e o incentivo às artes plásticas, cênicas,
musicais e literárias.
Nesse tempo, o
município participava do Projeto “Paraná da Gente: Terra, História, Memória”,
desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura, tendo então sido contratado
para atuar no projeto o professor Vilácio Amaral, que uma vez encerrado o
projeto, que foi coordenado regionalmente pelo município de São Mateus do Sul,
acabou sendo designado para coordenar a Casa da Memória, tendo permanecido no
posto até o dia dois de abril de 2008, quando foi aposentado compulsoriamente.
A Casa da
Memória foi inaugurada solenemente no dia 16 de setembro de 1995, sendo que
pelo Decreto Municipal nº 217/96 de 24 de junho de 1996, a instituição recebeu
o nome de Casa Padre Bahuer, em homenagem ao padre Boleslau Bahuer, que
coordenou a construção da atual Igreja Matriz de São Mateus.
A casa abriga um
acervo composto por aproximadamente três mil objetos de valor histórico, quase
quatro mil fotografias e em torno de dez mil documentos escritos, além de uma
pequena biblioteca de temas regionais, constituindo um dos maiores acervos
históricos preservados na região do médio Vale do Iguaçu.
Ana Paula
Shereider/ Hoje Centro Sul