Ministério do Desenvolvimento Agrário acompanha projeto de fruticultura em Rio Azul

O Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Azul e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), vêm desenvolvendo na zona rural rioazulense o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco. O programa tem como meta diminuir a dependência do agricultor em relação ao plantio do tabaco, fornecendo alternativas de produção, como o plantio de frutas, em especial o pêssego e a uva.

Raphael Gierez/Hoje Centro Sul
Para acompanhar o desenvolvimento do projeto, na quinta-feira, dia 30 de abril, esteve presente no município Cristiane Berlusoni, engenheira agrônoma da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA. “A visita aqui, mais do que fiscalizar, é realmente fazer o acompanhamento do projeto, ver como os agricultores o recebem, se fazem o uso correto do que lhes é destinado e ver se o projeto está colaborando para a vida dessas pessoas”, explica Cristiane.

O projeto atua em diversas áreas na busca de incentivar o plantio de novas culturas, com o repasse de sementes, mudas e fertilizantes para os agricultores. Também é fornecida assistência para que a plantação tenha sucesso, já que na maioria dos casos é a primeira vez que o produtor está plantando frutas.

“Esse apoio é importante para a gente começar o cultivo, se não fosse isso os gastos seriam bem maiores, o que dificultaria bastante”, relata Dionísio Helpa, produtor de tabaco e agora também de uva e pêssego. Ele acredita que o cultivo de frutas é interessante, no seu caso.  “É bom ir saindo do tabaco porque demanda muito esforço e tempo e agora tenho poucas pessoas para me ajudarem na colheita”.

Outro produtor rural que faz parte do projeto é Mariano Cambola, da localidade de Marumbi dos Elias, que já conseguiu fazer a primeira colheita. “O pêssego me surpreendeu como cresceu rápido, em pouco tempo já pude colher algumas frutas de boa qualidade, isso anima para continuar”, diz Mariano, que espera uma produção muito maior para a próxima colheita.
O programa vem se mostrando promissor para muitos agricultores e parte deles, ano a ano, vem diminuindo o número de terras plantadas com tabaco.

Após conhecer esses e outros exemplos, a engenheira agrônoma do MDA vê com bons olhos os resultados do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco até o momento. “Posso dizer que estão excelentes os resultados que observo aqui em Rio Azul, a prefeitura e os produtores estão de parabéns. O governo federal não pode fazer tudo sozinho e o engajamento visto aqui no município está sendo bem grande”, elucida Cristiane Berlusoni, que durante sua passagem por Rio Azul participou da 10ª Chamada Pública de Assistência Técnica e Extensão Rural, evento que reuniu cerca de 150 agricultores, que ouviram sobre a atual e futura situação do mercado.
A aplicação do programa federal tem o foco justamente nessa questão do mercado do tabaco, que progressivamente vem se retraindo, mesmo com o Brasil sendo ainda o maior exportador de tabaco do mundo.

“Fechamos 2014 com menos 24% de exportações da folha, equivalente a 150 mil toneladas a menos. As multinacionais estão investindo mais em países da África e na Índia, além disso, o cigarro eletrônico vem muito forte, mas o principal fator é que as pessoas realmente estão parando de fumar”, explica a engenheira.

Participação do município
O orçamento destinado para o município de Rio Azul no programa gira em torno de R$ 123 mil e, segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Rio Azul, Angelo Ulbrich, o trabalho vai muito além do que a simples entrega das mudas, como muitos pensam.
“A gente trabalha muito na questão técnica, avaliando as áreas para ver qual terreno combina com tal plantação. Trabalhamos também com os produtores, mostrando que a fruticultura pode ser uma alternativa de renda”, elucida Angelo. Ele também conta que um dos pontos do sucesso da produção são as parcerias com outros projetos, como por exemplo, programas institucionais que adquirem essas frutas para repassar para as merendas escolares.

Apesar do sucesso da produção de frutas, Angelo Ulbrich, afirma que o tabaco ainda é importantíssimo no município, sendo o carro chefe da economia local e que o programa não vai prejudicar ninguém.

“Esse projeto de diversificação vem apenas para mostrar alternativas ao produtor rural, ensinando outros cultivos além do fumo, porque é importante para o produtor, e para a economia do município, que haja uma variedade de épocas do ano que o dinheiro entre no bolso do agricultor”.

Raphael Gierez/Hoje Centro Sul