DJs lutam pela regulamentação da profissão

Você conhece algum disk jockey? Muitos responderiam não a esta pergunta. Entretanto, caso o questionamento fosse você conhecem um DJ, que é a abreviação de disk jockey, provavelmente iriam lembrar de alguém animando uma festa com música eletrônica e levando o público ao delírio.


Antonio Schimanski, mais conhecido como Moska, foi DJ durante muito tempo. Trabalha com áudio desde 1998. Foi no Planeta Casa Show que, há 12 anos, começou a atuar como DJ. Hoje trabalha  como técnico de som e iluminação. Para ele, um bom profissional deve entender de música, de tom, de tempo - por causa da mixagem (mistura de sons, palavras, música, ruídos de fundo) - e precisa ter conhecimento sobre tecnologia para poder usar os equipamentos. “É necessário, principalmente, saber atingir o público que se está trabalhando, porque é diferente tocar em uma rave do que tocar em um casamento ou uma festa de 15 anos, pois é preciso saber agradar o público”, afirma.

No dia 09 de março é comemorado o Dia Internacional do DJ, e mesmo que se tenha muito a comemorar, a categoria ainda carece de uma importante conquista: a regulamentação da profissão.
Regulamentar a profissão é o passo necessário para dar mais seriedade à atividade profissional. O projeto de regulamentação da profissão de DJ já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas ainda precisa ser votada no Senado. Caso aprovado, o projeto prevê formação em curso técnico de 800 horas ou experiência de 5 anos no ramo para que o artista seja considerado disk jockey.
André Franczak trabalha com som desde os 12 anos de idade. Conhecido como DJ Tubo, atua na área há 13 anos e também mantém uma empresa. Ele acredita que a regulamentação é muito vantajosa. “Só assim separaríamos o joio do trigo, porque o cliente muitas vezes não sabe contratar um bom profissional, às vezes ele pode pegar um DJ inexperiente e irresponsável, e a regulamentação vai tirar os amadores do mercado”, explica.

Profissionalização
Moska afirma que o DJ ainda não é valorizado na região. Hoje ele sustenta a família como técnico de áudio e acredita que se trabalhasse só como DJ teria que complementar a renda com outro trabalho. “São poucos os que conseguem trabalhar só com isso, mas é um campo que está muito aberto, está até difícil encontrar bons DJ’s na nossa região”.
Segundo o DJ Tubo, muitos estão procurando a profissionalização. “Na nossa região os garotos procuram se especializar e estão fazendo cursos, como tem DJ’s que não buscam se aperfeiçoar e acham que o equipamento é suficiente”, diz.

Ele acredita que é possível viver só como DJ se o artista conseguir uma boa casa noturna para trabalhar. “É preciso correr atrás, mostrar serviço e achar um empresário bom para te alavancar”, conclui.

Preconceito
Moska afirma que o preconceito já diminuiu bastante, mas as pessoas ainda não entendem como é a profissão e isso gera certo receio. “As pessoas não sabem quanto um DJ ganha, então, por exemplo, uma mãe não gostaria de ver seu filho DJ, porque não vê futuro na profissão”.

História

Um disk jockey é um artista que seleciona e reproduz músicas para um determinado público em pistas de dança, bailes, clubes, boates e danceterias. O termo, depois abreviado para DJ, foi utilizado primeiramente como denominação para os locutores de rádios que tocavam discos de gramofone, passando para long play, CD, até chegar no MP3.
No rádio, os DJ’s contribuíram na consolidação do movimento Rock and Roll, a partir da segunda metade dos anos 50. Com o surgimento das discotecas na década de 70, os DJ’s conquistaram fama fora do rádio.

Até metade da década de 1990, esses artistas utilizavam apenas discos de vinil em suas performances. Os CD’s já existiam na época, mas não havia equipamentos que permitissem a mixagem. E foi com a popularização do CD que fabricantes desenvolveram CD players com recursos próprios para o disk jockey, conhecidos como CDJ’s.

A propagação do formato MPEG-1 layer 3, o conhecido MP3, trouxe uma nova classe de DJ’s que têm seu trabalho extremamente facilitado. Existem softwares capazes de simular na tela do computador toca-discos ou CDJ’s e o mixer. Alguns apresentam recursos iguais e até superiores aos equipamentos e até podem ser baixados de graça pela internet.

Ana Paula Schreider/ Hoje Centro Sul