A manifestação de caminhoneiros
está se intensificando e o medo da falta de produtos básicos, como alimentos,
já atinge os empresários de Irati e região.
Desde o início do protesto, os
manifestantes já bloquearam rodovias em 12 estados: Pará, Ceará, Mato Grosso,
Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não há previsão para o fim dos
protestos.
Com os bloqueios, caminhões com
cargas não conseguem chegar até o destino final. O diretor de uma rede de
supermercados de Irati, Paulo Cesar Ivazko, explica que, caso o estoque não
seja reposto, o município pode enfrentar falta de produtos básicos. “Ontem, dia
24, não recebemos carne. Hoje, dia 25, a carga de hortifruti ainda não chegou e
não estamos esperando que chegue. Se o bloqueio persistir por mais tempo,
dentro de 24h poderemos enfrentar falta de produtos básicos, como arroz e
feijão”, ressalta.
Ele destaca que o estoque não é
suficiente para suprir a necessidade dos moradores por muito tempo. “Estoque
tem, mas não é muita coisa. Não acho que chegaremos ao ponto de fechar as
portas, mas não teremos mais determinados produtos para vender. Tem produto que
não chega ao mercado há mais de 10 dias. Isso é ruim para a população e para
nós, que também deixaremos de vender, pois não teremos determinados alimentos”.
Paulo ainda afirma que, mesmo
após o encerramento dos bloqueios, a situação levará tempo para ser
normalizada. “Depois que a manifestação acabar, ainda demorará entre 7 a 10
dias para tudo voltar ao normal. Os agricultores e donos de empresas levarão um
tempo para conseguir atender a todos e despachar os produtos novamente”,
finaliza.
Protesto
A manifestação dos caminhoneiros
iniciou no início de fevereiro. Entre as reivindicações, estão a redução do
preço do combustível e dos pedágios e mudanças na legislação, que permitiriam
que os caminhoneiros pudessem trabalhar mais horas e ter lucros maiores.
Desde o início dos bloqueios,
muitas cidades já enfrentam falta de produtos, como medicamentos, alimentos e
combustíveis.
Texto: Kyene Becker/Hoje Centro
Sul
Fotos: Ana Paula Schreider/Hoje
Centro Sul