História do Carnaval em Irati foi marcada pela rivalidade entre os blocos e por festas que chegavam a reunir quase 2 mil pessoas em um único salão
A origem da festa do Carnaval ainda é desconhecida. Segundo dados, acredita-se que o Carnaval começou na Grécia, em meados de 600 a 520 a.C, onde os camponeses realizavam cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela boa produção da safra.
A história do Carnaval no município de Irati é um pouco mais recente. Segundo informações da revista ‘Teu nome é teatro’, do historiador José Maria Orreda, o primeiro baile à fantasia da cidade foi realizado em 1913, no Clube Amantes da Prosperidade, na Rua Velha – atual Rua XV de Julho.
Naquela época, os tradicionais blocos já faziam sucesso, como foi o caso do bloco ‘Vida Apertada’, de 1927, e o bloco ‘Chico Fumaça & Marcolina’, de 1936.
Segundo relatos da revista histórica elaborada por José Maria Orreda, as festas costumavam ser animadas, com desfiles de carros e caminhões enfeitados e muita movimentação nas ruas.
O corso carnavalesco – um tipo de agremiação que promovia desfiles, utilizando carros enfeitados, com foliões fantasiados, serpentina e confete – foi o grande astro do Carnaval iratiense por muitos anos, até a chegada dos tradicionais e elegantes bailes, que aconteciam nos clubes da cidade.
Os bailes em clubes e associações de Irati fizeram sucesso até o ano de 2005, quando o Carnaval de
Rua começou a atrair grande público.
O aposentado e ex-músico, Helio Augusto Salmon, conta que os bailes chegavam a reunir até 2 mil pessoas no mesmo salão e as festas eram animadas e regadas à sambas e marchinhas.
“Eu comecei a participar do Carnaval em 1967, quando eu tinha 20 anos. As festas eram nos clubes da cidade e todo mundo pulava e cantava as marchinhas e os sambas da época. Às vezes, já era 7h e os clubes ainda estavam lotados. Você só parava quando via o sol amanhecer dentro do clube”,
ressalta.
Ele ainda relata que o Carnaval de Irati foi considerado, por muito tempo, como a melhor festa da região, atraindo turistas de várias cidades.
“Tinha um Carnaval, em Antonina, que era parecido com o daqui, mas o pessoal ainda preferia vir para Irati. Vinha gente de Curitiba, Ponta Grossa e Guarapuava, gente de todo o lado. Naquela época, eles investiam nas fantasias e pulavam o Carnaval em Irati”, diz.
Antigamente, o Carnaval iratiense contava com muitos blocos, que competiam entre si pela melhor premiação. Helio destaca que a rivalidade entre os grupos era grande e as fantasias eram sempre criativas.
“Teve um ano, quando surgiu o filme Star Wars, que um bloco se fantasiou igual os atores do filme e foi competir. Tinha até aqueles acessórios que saíam fogo, foi um sucesso. A premiação para o melhor bloco era bem grande o pessoal tinha gosto em participar. A rivalidade era grande, o negócio era competir e vencer os outros. Às vezes, até acontecia alguma briga entre os grupos, mas tudo era resolvido rapidamente, pois estávamos lá para nos divertir”.
O aposentado e ex-músico relata as lembranças com saudade e afirma que as festas de hoje perderam a essência dos carnavais tradicionais.
“Antes, a escolha do rei e da rainha era um acontecimento, todos se mobilizavam para participar e divulgar e tinham muitos concorrentes. Hoje em dia, eu não costumo participar das festas, porque não tem graça. As músicas não combinam. Eu gostava das marchinhas e do samba, o que representava o Carnaval. A cultura do Carnaval se perdeu. Se fizerem alguma festa dentro de um clube, o pessoal não entra, fica fora do salão, bebendo e com o som do carro no último volume”, lamenta.
Para Helio, resta a saudade e o desejo de que a tradição dos antigos carnavais seja resgatada.
“Eu queria que essa coisa do Carnaval de antigamente retornasse, porque faz falta. Eu sempre digo que o Carnaval é uma coisa brasileira, é uma coisa nossa. O brasileiro tem a alegria e o samba no pé que a festa precisa pra existir. É diferente de todos os outros países. Não podemos perder essa cultura, que, aos poucos, está desaparecendo”, finaliza.
Em 2013, a Secretaria de Cultura de Irati retomou um pouco da tradição, com o Corso Carnavalesco e tem incentivado grupos de música, baterias.
Entretanto, conseguir que o mesmo ânimo de antigamente retorne, é tarefa difícil ou quase impossível.
Kyene Becker/Hoje Centro Sul
A origem da festa do Carnaval ainda é desconhecida. Segundo dados, acredita-se que o Carnaval começou na Grécia, em meados de 600 a 520 a.C, onde os camponeses realizavam cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela boa produção da safra.
Acervo Casa da Cultura |
Naquela época, os tradicionais blocos já faziam sucesso, como foi o caso do bloco ‘Vida Apertada’, de 1927, e o bloco ‘Chico Fumaça & Marcolina’, de 1936.
Segundo relatos da revista histórica elaborada por José Maria Orreda, as festas costumavam ser animadas, com desfiles de carros e caminhões enfeitados e muita movimentação nas ruas.
O corso carnavalesco – um tipo de agremiação que promovia desfiles, utilizando carros enfeitados, com foliões fantasiados, serpentina e confete – foi o grande astro do Carnaval iratiense por muitos anos, até a chegada dos tradicionais e elegantes bailes, que aconteciam nos clubes da cidade.
Os bailes em clubes e associações de Irati fizeram sucesso até o ano de 2005, quando o Carnaval de
Rua começou a atrair grande público.
O aposentado e ex-músico, Helio Augusto Salmon, conta que os bailes chegavam a reunir até 2 mil pessoas no mesmo salão e as festas eram animadas e regadas à sambas e marchinhas.
“Eu comecei a participar do Carnaval em 1967, quando eu tinha 20 anos. As festas eram nos clubes da cidade e todo mundo pulava e cantava as marchinhas e os sambas da época. Às vezes, já era 7h e os clubes ainda estavam lotados. Você só parava quando via o sol amanhecer dentro do clube”,
ressalta.
Ele ainda relata que o Carnaval de Irati foi considerado, por muito tempo, como a melhor festa da região, atraindo turistas de várias cidades.
“Tinha um Carnaval, em Antonina, que era parecido com o daqui, mas o pessoal ainda preferia vir para Irati. Vinha gente de Curitiba, Ponta Grossa e Guarapuava, gente de todo o lado. Naquela época, eles investiam nas fantasias e pulavam o Carnaval em Irati”, diz.
Antigamente, o Carnaval iratiense contava com muitos blocos, que competiam entre si pela melhor premiação. Helio destaca que a rivalidade entre os grupos era grande e as fantasias eram sempre criativas.
“Teve um ano, quando surgiu o filme Star Wars, que um bloco se fantasiou igual os atores do filme e foi competir. Tinha até aqueles acessórios que saíam fogo, foi um sucesso. A premiação para o melhor bloco era bem grande o pessoal tinha gosto em participar. A rivalidade era grande, o negócio era competir e vencer os outros. Às vezes, até acontecia alguma briga entre os grupos, mas tudo era resolvido rapidamente, pois estávamos lá para nos divertir”.
O aposentado e ex-músico relata as lembranças com saudade e afirma que as festas de hoje perderam a essência dos carnavais tradicionais.
“Antes, a escolha do rei e da rainha era um acontecimento, todos se mobilizavam para participar e divulgar e tinham muitos concorrentes. Hoje em dia, eu não costumo participar das festas, porque não tem graça. As músicas não combinam. Eu gostava das marchinhas e do samba, o que representava o Carnaval. A cultura do Carnaval se perdeu. Se fizerem alguma festa dentro de um clube, o pessoal não entra, fica fora do salão, bebendo e com o som do carro no último volume”, lamenta.
Para Helio, resta a saudade e o desejo de que a tradição dos antigos carnavais seja resgatada.
“Eu queria que essa coisa do Carnaval de antigamente retornasse, porque faz falta. Eu sempre digo que o Carnaval é uma coisa brasileira, é uma coisa nossa. O brasileiro tem a alegria e o samba no pé que a festa precisa pra existir. É diferente de todos os outros países. Não podemos perder essa cultura, que, aos poucos, está desaparecendo”, finaliza.
Em 2013, a Secretaria de Cultura de Irati retomou um pouco da tradição, com o Corso Carnavalesco e tem incentivado grupos de música, baterias.
Entretanto, conseguir que o mesmo ânimo de antigamente retorne, é tarefa difícil ou quase impossível.
Kyene Becker/Hoje Centro Sul