Colheita da soja inicia com expectativa de recorde na safra 2014/2015

A colheita da safra 2014/2015 de soja já iniciou em algumas regiões do Brasil. No Paraná, segundo maior produtor de soja no país, a colheita ainda é tímida, não alcançando nem 2% da área plantada. Na região Centro Sul do Paraná, os produtores esperam iniciar os trabalhos de colheita na metade de fevereiro. Até o momento, as condições das lavouras são consideradas boas e, caso não ocorram problemas, a expectativa é de produção recorde no Estado.

Lettícia Torres/Hoje Centro Sul
Em comparação as outras safras, a colheita nesse ano está atrasada. Os agricultores enfrentaram  estiagem no mês de outubro e foi preciso fazer o replantio em algumas lavouras, o que acarretou no atraso do plantio e, consequentemente, da colheita.

Apesar disso, os agricultores estão animados e esperam uma safra recorde. “A soja já está quase no ponto de colheita. Creio que dentro de 15 a 20 dias, os produtores comecem a colher. Nessa safra, São Mateus do Sul plantou 30.200 hectares e, além disso, não houve problemas graves nas lavouras. A expectativa é de 100 mil toneladas de soja sejam colhidas na região, o que representa um crescimento de 10 a 15% em relação à última safra. Os agricultores estão bem animados”, afirma o secretário da agricultura de São Mateus do Sul, Antônio Gilberto Volochen.
Em Irati, nesta safra, de acordo com o secretário municipal de Agricultura, Claudio Ramos, os produtores plantaram soja em uma área de  147.000 hectares.

Houve um acréscimo de área plantada de 9% em relação à última safra. E ele informa que a expectativa para a colheita é boa e haverá significativo incremento na produção, pois não ocorreram grandes interferências climáticas. Claudio Ramos ainda comenta que a arrecadação municipal melhora com o aumento da produção agrícola. "Para o município é importantíssima a elevação na produção de soja, pois isso é contabilizado na produção primária, que compõe o  Fundo de Participação dos Municípios", destaca. 

O início da colheita da soja em Irati ainda deve demorar cerca de 30 dias. O coordenador regional de projetos da Emater de Irati, Altair Ganz, ressalta que, na região, apenas algumas lavouras tiveram problemas, mas a expectativa dos agricultores é grande.
“Tivemos algumas produções que apresentaram problemas com a ferrugem asiática, mas fora isso, está tudo dentro da normalidade. O ponto forte da colheita deve ser atingido no mês de abril, quando a maioria da colheita da produção é concluída. A expectativa, mesmo com alguns problemas, é de que a última safra seja superada”, diz.

Comercialização

Com o objetivo de evitar perdas e a desvalorização do produto, muitos produtores de soja preferem comercializar a produção ainda no período do plantio.
Na safra 2014/2015, quem garantiu a venda antecipada poderá ter maiores lucros, segundo as cotações da saca da soja. Em queda no mercado internacional e apresentando uma pequena desvalorização no mercado nacional, a tendência é que o preço volte a subir caso o dólar continue em alta e o mercado internacional se estabilize.
O secretário da agricultura de São Mateus do Sul, Antônio Gilberto Volochen, conta que, na região, alguns produtores já venderam suas produções. “Muitas pessoas já garantiram a venda da soja. Apesar disso, muitos produtores ainda estão comercializando o produto e pesquisando as melhores ofertas. Na região, por exemplo, o que se ouve é que os preços estão bem variados, de R$57 a R$60 pela saca de 60kg”, destaca. Em Irati, nos últimos dias, o preço da saca de 60kg de soja oscilou entre R$57 a R$58.

Lavouras de referência

A campanha do governo estadual ‘Plante o seu futuro’ conquistou números expressivos nas lavouras de referência na safra 2014/2015 da soja. O objetivo da campanha é diminuir o uso desenfreado dos agrotóxicos nas plantações, através de métodos e técnicas alternativas.
O coordenador regional de projetos da Emater de Irati, Altair Ganz, explica que as lavouras que participaram do projeto, mantiveram a qualidade do produto e tiveram uma redução de 70% no uso de pesticidas.

“Temos 180 unidades de referência de soja no Paraná. Nessas unidades, procuramos utilizar outras ferramentas no controle de pragas e doenças, como as lagartas e a ferrugem asiática. Em Guamiranga e Rebouças, duas unidades de referência da região, eles estão utilizando coletores de esporo para identificar se há a presença da doença e, só então, aplicar o fungicida. Caso contrário, não há aplicação de agrotóxico”, completa.

Altair ressalta que a campanha já apresentou resultados nas unidades de referência e o intuito é conscientizar mais agricultores. “Nas lavouras que aderiram à campanha, houve uma redução de quase 70% no uso de agrotóxicos. Além disso, a qualidade da soja se manteve e o meio ambiente foi preservado. Queremos que isso se popularize entre os produtores”, finaliza.

Kyene Becker/Hoje Centro Sul