Vendedores opinam sobre o horário diferenciado no período de Natal

Segundo eles, fazer hora extra no final do ano, mesmo com o cansaço, compensa, pois a renda aumenta de forma considerável

Natal está chegando e com ele, o horário estendido nas lojas e o aumento do fluxo de compradores. Com o alto número de clientes nas ruas, os vendedores esperam boas vendas e, no final do mês, bons salários. Mas o que pensam esses trabalhadores a respeito do horário extra no final do ano?

O vendedor Luciano Marcelo Rodrigues garante que as horas extras em dezembro compensam. “Pelo salário, compensa bastante fazer esse horário. Em dezembro, nossa renda aumenta muito, ainda mais porque recebemos comissão. Então, por terem mais vendas, ganhamos bem mais”, conta. Segundo ele, o trabalho é cansativo, mas os revezamentos de horário asseguram um bom descanso. “É muito cansaço psicológico, mas dá tempo de descansar. Se trabalhamos até tarde em um dia, no outro podemos chegar mais tarde. Além disso, temos intervalos e isso ajuda bastante para aguentarmos até o final do expediente. No final das contas, nem é tanto cansaço assim”.

Para Luciano, mesmo com o aumento de clientes, é possível dar um bom atendimento a todos. “Eles sempre são bem atendidos, mas você tem que ter uma meta: se você pegou determinado cliente, tem que atendê-lo até o final da compra, sempre dando o máximo de atenção, senão você não consegue realizar um bom atendimento. No nosso caso, como ganhamos por comissão, é importante que o cliente se sinta satisfeito e à vontade para comprar”, explica.

Para o vendedor Matheus Zanlorenzi, o horário extra no final do ano é vantajoso. Porém, segundo ele, o fluxo de clientes só aumenta nos finais de semana. “O salário aumenta consideravelmente, porém, as vendas só aumentam nos sábados. Durante a semana, o fluxo é normal. Parece que o pessoal aproveita esse horário estendido na semana para pesquisar, então, a loja fica cheia de curiosos. A maioria das compras acontece mesmo nos finais de semana”. Segundo ele, o cansaço é um fator marcante durante o mês de dezembro. “Não tem como não falar do cansaço. Mesmo com o sistema de compensação, nós cansamos muito, é complicado. Mas no final das contas, vale à pena”, completa.

Já para a promotora de vendas Cristiane Paola Leite, o trabalho extra de dezembro não vale à pena. “Para nós, as horas a mais não compensam, porque precisamos trabalhar no mesmo horário que os vendedores, mas não ganhamos hora extra”, diz. Segundo ela, a compensação ocorre através de folgas no final de janeiro. “Nós teremos folga de três dias no fim de janeiro. Agora, me diga, quem prefere abrir mão de passar o Natal com a sua família para folgar só no fim de janeiro? Não compensa”. Ela ainda ressalta que os horários de descanso, nessa época do ano, diminuem. “Entramos às 9h e só saímos a hora que a loja fechar. Esse é o ritmo de sempre. Sem contar que o nosso horário de almoço diminui, então, temos pouco tempo para repor as energias”, afirma.

Números do Natal

A gerente da Agência do Trabalhador de Irati, Luci Bortolli Funez, explica que, em relação a 2014, o número de contratações temporárias diminuiu. “Nós ainda não temos uma porcentagem, mas, em relação ao ano passado, a procura por trabalhadores temporários diminuiu. Nós conseguimos bater a nossa meta e o comércio sempre é um forte empregador, porém, nesse ano, as vagas diminuíram. Os comerciantes preferiram manter seu quadro atual de funcionários e tiveram cautela na contratação de trabalhadores temporários”, finaliza.

Kyene Becker/Hoje Centro Sul