Agricultores de Rio Azul são beneficiados com toneladas de calcário

Os agricultores de Rio Azul passam por bons momentos em relação a incentivos para as lavouras. Ângelo Luiz Ulbrich, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município, aponta que está em andamento o terceiro projeto de doação de calcário aos agricultores rioazulenses.
Segundo o secretário, já foram finalizados dois projetos, um que disponibilizou 4.000 toneladas de calcário, e outro de 3.500 toneladas, ambos com recursos federais.
Kaio Ribeiro/Hoje Centro Sul

O secretário comenta sobre o projeto atual, que está ofertando mil toneladas para 100 agricultores do município.  “São mil toneladas com recursos da Secretaria de Estado da Agricultura”, diz Ângelo Ulbrich. Segundo ele, foram  repassados  R$ 90 mil, utilizados para a compra das mil  toneladas de calcário, que estão sendo direcionados aos produtores de leite, fruticultores e horticultores. “A decisão de direcionar para esse perfil de produtor  foi amparada pelo nosso Conselho Municipal  de Desenvolvimento Rural, como é uma quantia  limitada, considerando o número de agricultores que nós temos no município, teve que ter um critério a qual dos produtores seria direcionado, aí defendemos essa proposta junto do conselho, e aceitaram,” conta o secretário de Agricultura.

O município também ofereceu a assistência técnica para a utilização do calcário, que foi recebido por agricultores que cumprem com alguns requisitos, conforme explica Ângelo Ulbrich. “A contrapartida do município foi a assistência técnica, a análise de solo que foi exigida dos agricultores, com no mínimo dois anos nas áreas onde foi aplicado, e no caso dos produtores de leite, foi exigido que fosse um produtor comercial, entregando a produção para algum laticínio, os fruticultores são aqueles que já desenvolvem atividade, ou alguns novos que já estão sendo atendidos pelo projeto junto à Emater, que é a chamada pública, da diversificação à cultura do tabaco, e os outros são os horticultores que fornecem para o PAA e PNAE,” explica.

O calcário, conforme defini Ângelo Ulbrich, é imprescindível.  “É uma necessidade, de modo geral, de correção de acidez, então precisa dessa tecnologia para deixar o PH do solo numa condição mais favorável ao desenvolvimento da maioria das culturas, antes de pensar em adubação, tem que corrigir a acidez,” afirma.

O horticultor Leocir José Mangone já recebeu três toneladas do calcário, com o acompanhamento técnico de Ângelo Ulbrich e de um técnico extensionista municipal da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Para Leocir, esse incentivo à horticultura traz muitas melhorias. Há nove anos sem produzir fumo, afirma que hoje leva uma vida melhor. “Nunca tinha dinheiro no banco, e hoje nós temos uma poupança, melhoramos carro e casa, e a saúde,” diz.

Município fará o transporte
Na região de Rio Azul os agricultores que fornecem alimentos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),  vinham enfrentando dificuldades em manter uma margem de lucro, devido à precariedade no transporte. 
Como explica Leocir Mangoni, o transporte vinha sendo feito pelos produtores, que acabam levando prejuízos por conta disso. “Nós entregamos direto nas entidades, com o nosso carro, e o pior é nas escolas do interior, que você tem que pegar o carro e levar o produto lá na escola, estrada ruim, carro pequeno e não é próprio para transporte, e vai pesado, e o nosso lucro acaba indo tudo no carro,” conta.

O horticultor produz repolho, alface, beterraba e cenoura em sua propriedade, e afirma que o preço que esses programas de governo pagam pelos alimentos é bom, o único empecilho é mesmo o transporte. O agricultor também revela que os produtores da região pensam em expandir o comércio de alimentos a outros municípios. “Queremos levar fora do município, e pra isso precisamos do caminhão,” diz.

Essa reivindicação, segundo Leocir, é feita há algum tempo na prefeitura, através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Agrário.

Ângelo Ulbrich explica que houve sensibilização por parte do Executivo, e o município poderá ganhar em breve um utilitário para dar conta de atender a produção dos agricultores, e melhorar sua renda. “Nós estamos trabalhando o projeto para conseguir  recursos  para adquirir um utilitário, um caminhãozinho, que possa fazer esse transporte, e apoiar para que depois possam vender a produção fora,” conta. “Nós encaminhamos um projeto em nível de Governo Federal, pedindo apoio ao Ministério de Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, mas já temos uma posição do prefeito, se ver que não vai sair, ele já autorizou a comprar com recurso próprio do município,” diz Ulbrich.

Além de atender as escolas do interior, os agricultores, através dos programas PAA e PNAE, fornecem à entidades como Lar dos Velhinhos, Hospital de Caridade São Francisco de Assis, Associação de Pais e Amigos Especiais (APAE) e Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar).

Por Kaio Ribeiro