Gaiteiro da região conquista espaço na banda Quero Quero

Já pensou em, algum dia, tocar numa das bandas que você sempre gostou de ouvir? Esse talvez seja um dos sonhos da maioria dos músicos – amadores ou 683_Quero Queroprofissionais. Foi exatamente isso o que aconteceu com Gabriel Wengrzen, 18 anos, natural de Mallet. Desde os seus nove anos de idade, Wengrzen treina seus dedos no acordeon (instrumento popularmente conhecido como gaita ou sanfona). Sua família tem por hábito a cultura de CTG e laço. “Fui criado no meio da tradição gaúcha”, comenta Wengrzen. O amor pelo instrumento vem de família, mais especificamente de seu tio, o qual apresentou o jovem ao mundo da música através de um professor conhecido por eles. Logo formou um grupo musical chamado Estirpe, no município de União da Vitória. Neste tempo, o músico teve a oportunidade de gravar seu primeiro álbum com a banda. Durante as gravações, surgiu a ideia de convidar Marcelo Bósio, integrante do grupo Minuano na época e, hoje em dia, músico do Marcação.
A indicação

A amizade entre o jovem e Bósio resultou na indicação de um gaiteiro, a pedido do vocalista do reconhecido grupo Quero Quero, André Lucena.  O cantor entrou em contato com Wengrzen convidando o gaiteiro a participar com eles de uma apresentação em Curitiba. O jovem aceitou e tocou na capital. Na mesma semana, Wengrzen recebeu uma ligação da banda – dessa vez convidando-o para integrar o grupo e pegar a estrada com eles.
“Quero Quero é uma banda conceituada no Rio Grande do Sul. São 25 anos de estrada, 12 álbuns gravados e um DVD. Sempre gostei deles, mas nunca tive a oportunidade nem de ver eles ao vivo. Agora estou lá”, Wengrzen comenta, sorridente. A experiência dos músicos do grupo garante confiança, diz o jovem. “O guitarrista da banda, por exemplo, está lá desde o começo”, afirma.
Prioridades
O jovem abriu mão da vaga de licenciatura em música da Universidade de Passo Fundo (UPF) por causa da proposta do grupo Quero Quero. Porém, ele pretende prestar vestibular novamente no final deste ano, em Porto Alegre – local onde mora atualmente. O músico comenta que a decisão de optar pela carreira não foi tão difícil. “Quando a oportunidade chegou, não deixaria ela passar”, comenta. Segundo ele, o apoio de seus pais foi fundamental para que o peso da escolha diminuísse. 683_Quero Quero1“Meus pais sempre gostaram de música. Quando sentamos e conversamos sobre essa minha vontade de ser músico, tive total incentivo deles”, afirma.
Porém, o vanerão não é o único estilo musical que mexe com Wengrzen. “Gosto muito de choro e jazz, mas é difícil encontrar músicos nesses gêneros por aqui”, comenta. Ele também afirma que tem vontade de caminhar por outros tipos de música, mas sem deixar de lado o que já faz. “Não tem jeito. Gosto mesmo é de tocar em bailes”, diz.
Junto com a banda Quero Quero, o músico também se aventura em composições. “Eu tenho mais composições solo de música instrumental, mas com o grupo a gente também tenta compor sempre. Faço a linha harmônica e algumas coisas da linha melódica, mas é o pessoal do grupo que faz as letras”, explica o jovem.
Contato
Além da experiência como músico, há também o intercâmbio de ideias entre os integrantes da banda e alguns outros grupos. O jovem de 18 anos afirma que a bagagem adquirida no meio onde está é única. “Eles passam muitas coisas que, normalmente, eu não conseguiria encontrar em lugar nenhum. Além disso, acabo conhecendo bastante gente do ramo que eu só via de longe”, diz. O jovem passa por volta de 10h por dia dentro do ônibus, viajando de show para show. “Nós já somos uma família”, completa.


Texto: Lucas Waricoda
Fotos: Reprodução