Uma Herança Municipal Sem Igual

De fato, imensa! Analisar a realidade dos acontecimentos é função elementar da mídia, em especial, independente, sem vínculo com siglas partidárias ou figuras militantes na cena governamental. Editar um jornal, ou uma folha avulsa, com respeito ao leitor e à história significa andar no fio da navalha. E calar-se diante de fatos e atos públicos inadequados, significa conivência com eles.
Na solenidade da posse do atual prefeito, mencionou-se que a gestão iniciante poderia ser a melhor da história. Sim, não só pelas propostas de campanha e vitória surpreendente do PT, mas pela possibilidade de se constituir numa gestão e meia, a metade daquela que se encerrou e mais a nova segundo seus compromissos com o povo.
Que herança, quase parecendo a maior errata de planejamento da história. Uma parte do orçamento deverá ser adequado à incorporação do aumento salarial de 35% de boa parte do funcionalismo público. Não que eles não mereçam. Pelo contrário, os colaboradores públicos municipais merecem sim esse tão lutado aumento. Porém, isto é algo que deveria ter sido resolvido em gestões anteriores, há muito tempo.
Muito se diz da tal lei de responsabilidade fiscal. Essa lei, quando promulgada, dizia que um governante não poderia deixar obras inacabadas para seu sucessor. Mas deixando, deveria deixar os recursos necessários às conclusões. Muito bem! A nova estação rodoviária! Encontra-se apenas em sua estrutura, isto é, aparentemente ainda na metade da obra. Morro da Santa. Um espaço demolido, como arrumar os desarranjos ali praticados e quanto custarão, embora tenha investimento do governo federal. Nova Prefeitura! A nova administração vai renunciar as suas propostas para concluí-la? Luminárias! Muitos iratienses ficaram perplexos com a aquisição de luminárias no final do mandato. Algumas colocadas ao lado de luminárias do século XIX, outras agora mais contemporâneas. Placas de sinalização! Muitas indicando obra que só ficará pronta em 2015 ou depois; outras tantas, sinalizando uma nova avenida, predominando em sua maioria apenas o sobrenome e não a utilidade, isto é, caminhões. Culto à personalidade faz mal a saúde coletiva de uma cidade.
Escola, Ginásio, Creche, Quadra de Esportes, muita coisa ainda a ser feita, e praticamente metade do mandato atual em função de obras daquele que já passou. O decreto da continuidade. Um decreto designando comissão para cuidar de praças, isto significa, a gestão que terminou, continua? Será que alguém poderá ter saudade disto? E mais, quem sabe, só uma auditoria séria, poderia definir em números essa herança municipal sem igual.
Diante de todos estes fatos, da herança deixada pela administração anterior e/ou por outras que a precederam, continuam prevalecendo os ares de otimismo. A ânsia por realizar, por colocar as novas ideias em prática e tornar melhor a vida das pessoas tem sido buscada. Para isto, conversas com a população mais simples acontecem cotidianamente, nos bairros, no interior, e com simplicidade o líder do município consegue conversar de igual para igual com todos. Paciência ao ouvir e disposição para tentar resolver problemas e suprir os anseios da comunidade. Todos os esforços tem sido empregados para, mesmo diante de dificuldades, conseguir executar gradativamente as metas do Plano de Governo.


 

Publicado na edição 659, 20 de fevereiro de 2013.