Secretarias de Saúde e Agricultura trabalham prevenção de hantavirose no meio rural

Depósitos de grãos podem atrair roedores. Poeira contaminada com o vírus pode infectar trabalhadores


Irati - Devido aos casos de contaminação e morte por hantavirose e leptospirose na região, em ação conjunta, as secretarias municipais de Agricultura e Saúde de Irati promoveram palestra de prevenção com trabalhadores do meio rural. O secretário de Saúde, Leandro Ditzel, conversou com moradores de comunidades rurais durante encontro de representantes de famílias que integram a Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis, que aconteceu na quinta-feira (14), na localidade de Pirapó.
Os moradores representantes das comunidades rurais de Faxinal do Rio do Couro, Faxinal dos Antônios, Pirapó e Arroio Grande que participaram do evento devem transmitir às outras famílias as orientações das secretarias, a fim de minimizar a ocorrência de casos na região. “É importante que vocês repassem o que ouviram aqui para outras pessoas porque essas doenças são graves”, observou o secretário de Agricultura, Cláudio Ramos.

CONTÁGIO

A hantavirose foi o principal foco da palestra, uma vez que no meio rural, o risco de se adquirir o vírus causador da doença é maior. O contágio geralmente acontece pela inalação de poeiras (aerossóis) contaminadas com fezes, urina e saliva de ratos silvestres infectados, bem como pelo contato direto com estas substâncias por meio de ferimentos na pele, olhos, nariz e boca. Eventualmente, a contaminação ocorre pela mordida de um roedor silvestre ou água e alimentos contaminados com as excreções dos roedores.
Ditzel destacou os ambientes rurais em que facilmente os ratos silvestres são encontrados, como no caso dos depósitos de grãos, uma vez que eles oferecem abrigo e alimento aos animais. O secretário frisou que a eliminação dos roedores não é possível, mas que o homem pode aprender a conviver com eles e respeitar seu ecossistema. “Há quatro princípios que permitem a permanência dos roedores: o acesso, alimento, abrigo e água. Se conseguirmos evitar que ele entre, tenha alimento e abrigo, conseguimos controlar sua presença”, orientou.

SINTOMAS

Os sintomas iniciais da hantavirose são dores musculares e febre. Em seguida ocorrem dores de cabeça, tosse, náusea, vômito, diarréia e dor abdominal. O quadro pode evoluir para falta de ar intensa, insuficiência respiratória aguda e choque circulatório, sendo que neste estágio, é necessária a internação do paciente e ventilação mecânica. Caso o trabalhador rural tenha estes sintomas, o médico deve ser procurado imediatamente, uma vez que a evolução da doença é rápida e o tratamento é indispensável.

CASOS

Três mortes por hantavirose e leptospirose foram registradas nos municípios da 4ª Regional em dezembro de 2012. Dois óbitos foram causados por hantavirose, sendo um em Inácio Martins e o segundo em Rio Azul. No município de Guamiranga houve registro de uma morte por leptospirose. Dados da secretaria de estado da Saúde mostram que a região é a de maior ocorrência de óbitos no Paraná. A letalidade da hantavirose no Paraná foi de 62,5% em 2012. A região Sul tem o maior número de casos no país. Enquanto a região Centro-Sul do Paraná é a que tem maior número de casos registrados historicamente.

Previna-se!

Abra portas e janelas para ventilar uma hora antes de começar a limpeza;

Molhe o chão com água misturada a água sanitária para não levantar poeira quando varrer;

Coloque toda comida em sacos ou caixas fechadas e a pelo menos a 30 cm do chão;

Deixe o lixo fora da casa, em latões fechados;

Limpe a área em volta do alojamento ou paiol;

Mantenha as rações dos animais fora de casa e longe do alcance dos ratos silvestres.