Proteste sim

Infelizmente, o brasileiro está acostumado com a morosidade da justiça e muitos até a considera comum. A lista de processos atrasados é enorme. Pessoas extirpadas de seus direitos são muitas. Ainda assim, considera-se comum a vagareza com que age a justiça brasileira.
É preciso se inconformar e ter atitude. Foi justamente isso que fizeram os familiares e amigos do ciclista Fabiano Kingerski, que morreu após ser atropelado por um motorista embriagado em outubro de 2012.
Indignados com a lentidão no processo contra o autor do atropelamento, estes cidadãos se organizaram e, juntos, postaram-se em frente ao Fórum da Comarca de Irati e protestaram por agilidade na justiça. "Justiça já", "Queremos júri popular" e "Justiça pelo Fabiano" era o que bradavam os manifestantes.
Outra particularidade do brasileiro é achar que "protesto não dá em nada". Dá sim, e temos diversos exemplos disso. Um exemplo muito próximo é o próprio manifesto supracitado, pois, a partir disso, a promotora de justiça do município foi dar sua explicação aos amigos e familiares de Fabiano. Deu resultado? Sim, no momento em que você estiver lendo esse editorial, o motorista que atropelou Fabiano já estará respondendo a ação penal por embriaguez ao volante e homicídio doloso.
Nós, brasileiros, temos que começar a entender que nossa voz é muito grande, que nossa voz é muito forte. Temos que parar de pensar que somos nós que dependemos dos políticos e poderosos, mas eles que precisam de nós.
Por isso, siga o exemplo do seu Luis e da dona Miriam Kingerski, que protestaram pela justiça e que não deixarão a morte de seu filho ficar impune. Proteste quando algo estiver errado, pois, como diria Abraham Lincoln "Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes".


 

Publicado na edição 660, 27 de fevereiro de 2013.