Espaços foram abertos para quecomerciantes apresentassem seus produtos
[caption id="attachment_24560" align="alignright" width="336" caption="Um dragão surpreendeu os foliões na tarde de domingo"]
Irati - Carnaval é tempo de festa e alegria para os foliões. Porém, também é uma época em que comerciantes têm a oportunidade aumentar sua renda ao vender e expor seus produtos para as pessoas que estão desfrutando da festa. Neste ano, a prefeitura de Irati decidiu incentivar este comércio ao disponibilizar espaço para artesãos e vendedores de produtos alimentícios no local onde foi realizado o carnaval.
A ideia de ter gastronomia e artesanato na festa partiu do prefeito Odilon Burgath levando em consideração o carnaval do município de Tibagi, onde há uma cultura carnavalesca que fomenta o turismo, comércio, hotelaria, entre outros. "É um carnaval muito famoso", afirma a secretária de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo, Lazer e Desportos, Claudete Camargo. Por conta disso, o prefeito sugeriu a possibilidade de que em Irati fosse efetuado algo no mesmo estilo.
Assim, foi realizada uma audiência pública que contou com a presença de aproximadamente 80 pessoas da comunidade iratiense. Nela, estiveram presentes, além de Claudete, acadêmicos da Unicentro, representantes do comércio local, secretários de pastas municipais e autoridades em geral. "Essas pessoas colaboraram com sugestões e nós comentamos o desejo de se instalar essas barraquinhas. As pessoas presentes acharam a ideia diferente e inovadora", garante a secretária. Sendo assim, a sugestão foi aprovada e a partir de então foi trabalho da Secretaria de Cultura fazer com que a sugestão se tornasse realidade.
Foram abertas as inscrições para que toda a comunidade tivesse oportunidade de comercializar seus produtos no carnaval de Irati. Porém, a partir disso começaram alguns entraves entre a prefeitura e os comerciantes. "Algumas pessoas têm uma visão equivocada de como funciona o serviço público", comenta Claudete. Segundo a secretária, alguns poucos cidadãos queriam privilégios pelo fato de já terem participado de eventos de administrações anteriores. "Quando o evento é realizado pela administração pública ele deve ser feito com critério e muita justiça para que ninguém e nenhum grupo seja privilegiado. O serviço maior é a coletividade", afirma.
Para que os expositores pudessem apresentar seus produtos aos foliões, deviam pagar uma taxa simbólica que, de acordo com Claudete, não paga nem a tenda que foi locada. Taxa esta que será revertida em prol do Provopar. Apenas o Fórum da Economia Solidária teve isenção no valor, por se tratar de um movimento social e também pelo fato de que eles mesmos iriam instalar sua barraca.
[caption id="attachment_24561" align="alignleft" width="336" caption="Prefeito Odilon e sua família participaram da abertura junto com Claudete Camargo e Renato Berger"]
No entanto, a situação foi resolvida sem maiores problemas e todos os comerciantes tiveram oportunidade de apresentar seus produtos, seja artesanato, ou gastronomia.
Claudete comenta que uma das intenções por trás desta atitude é fomentar o artesanato local, trazendo cultura e tradição para os produtos. "Na medida do possível, pretendemos oferecer cursos", garante. Ela diz que pretende organizar ainda neste ano uma oficina de marchetaria, que é o artesanato que trabalha com lâminas de madeira.
Para ela, é importante executar este fomento, pois o artesanato está ligado com o turismo. "Nós temos muitos artesãos, escultores que fazem trabalhos lindíssimos em madeira e em diversos outros tipos de produtos", comenta a secretária.
A artesã, Ana Maria de Paula, representante da Associação Iratiense de Artesãos (AIA), afirmou que o movimento foi regular, pois a chuva acabou afastando alguns foliões. No entanto, ela comentou que o trabalho de divulgação dos produtos foi bastante satisfatório. "As pessoas não estavam esperando que teria artesanato, por isso não estavam preparadas financeiramente para comprar. Mas muitos vêm para conhecer os produtos, perguntar sobre eles, alguns levam cartão e até pedem encomenda", afirma.
Ela comenta que para expor o trabalho é preciso que o ponto seja seguro, coberto e com acesso às pessoas e todos esses quesitos foram propiciados no carnaval de 2013. "Este é um espaço interessante para fazer a divulgação do artesanato. Inclusive, esta rua onde foi instalado o carnaval neste ano (Carlos Thoms) é melhor do que a Munhoz (da Rocha), pois é uma rua bem ampla, com espaço plano e comporta tudo. As pessoas circulam com bastante conforto", garante a artesã.
Quem também aproveitou a folia para comercializar seus produtos foi a senhora Regina Smolka que estava com uma barraquinha de bebidas, espetinhos e até o tradicional charuto. "Essa é a primeira vez que estamos no carnaval e está sendo bastante satisfatório", comentou.
A gestora da cultura municipal faz questão de esclarecer que com as barraquinhas, a ideia é valorizar os comerciantes locais, visto que foi proibida a instalação de estandes de artesãos e vendedores de produtos alimentícios de outras cidades. "Queremos que os iratienses vejam que nesses eventos há grande possibilidade de aumentarem sua renda", afirma. Segundo ela, as festas organizadas pela administração pública não se limitarão ao carnaval e já está sendo estudada a possibilidade de se fazer uma festa junina com a participação dos comerciantes locais.
[caption id="attachment_24559" align="alignleft" width="336" caption="O corso foi um dos destaques do carnaval"]
Corso carnavalesco
O carnaval brasileiro nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1641 quando o então governador, Salvador Correia de Sá e Benevides, numa comemoração de páscoa, saiu num desfile de carros decorados que foi batizado como corso carnavalesco. A população passou a seguir esses carros com fantasias e simulando combates.
Com o tempo, o carnaval foi sofrendo alterações. Nasceram os cordões, em seguida os blocos e apenas no século XX surgiram as escolas de samba. Porém, a origem do carnaval está no corso, no desfile de veículos.
Em Irati, o corso também já foi a estrela do carnaval e a atual administração resolveu reviver esta tradição. Em 2013, ele foi alegrado pela criatividade dos concorrentes. Um dos carros transformou-se em um sapo, outro, remetendo ao meio rural, cruzou as ruas enfeitado com espigas de milho e utensílios de trabalho no campo.
A secretária de Cultura afirma que a principal importância destas ações no carnaval de "movimentar as pessoas". Além disso, para ela, esta festa é um resgate cultural. "Já tivemos carnavais excelentes e queremos que isso volte a ser realidade em Irati", afirma a gestora.
Quando perguntada se as ideias de corso e comércio no carnaval vêm para ficar, Claudete afirma que é possível que a administração opte por intercalar o estilo da festa. "Em um ano os podemos fazer dessa forma, com desfiles e banda, mas por que não trazer um trio elétrico? Isso é algo que nunca teve em Irati. Então, nós estamos retratando o passado, mas com uma visão futurística", afirma.
[caption id="attachment_24563" align="alignleft" width="336" caption="O rei momo, Enos Moises da Silva, e a rainha do Carnaval, Kamilla Müller Machado"]
Outras atrações
O desfile de foliões, animado pela bateria Tobias Leandro, chamou a atenção do público. Um dragão conduzido por 10 pessoas surpreendeu a todos. A alegoria faz referência ao Ano Novo Chinês, festa equivalente ao Carnaval no Oriente e que acontece neste domingo (10). O dragão foi confeccionado em isopor e tecido pela equipe liderada pelo artista plástico Oscar Leandro Neto, coordenador da equipe de decoração.
Também marcaram presença no desfile o rei momo, Enos Moises da Silva, e a rainha do Carnaval, Kamilla Müller Machado. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Alcione Aristides Pinheiro e Mariângela Borges de Quadros, conduziu a bandeira do Carnaval em Irati.
Ao abrir o evento, o prefeito Odilon Burgath destacou o trabalho de toda a organização e o novo modelo de festa proposto. "Esse Carnaval é para as famílias. Queremos que todos se divirtam juntos, que todos os iratienses possam vir com seus filhos para brincar e se divertir aqui", afirmou. Em seguida, Odilon entregou a chave da cidade ao rei Momo, que deu as boas vindas ao público, convidando todos a festejarem o Carnaval.
Texto: Guilherme Capello e Assessoria PMI
Fotos: Ariane Rodrigues e Assessoria PMI
Publicado na edição 658, 13 de fevereiro de 2013.