Malharias de Imbituva produzem à todo vapor para a Femai

Imbituva - As malharias de Imbituva trabalham à todo vapor na confecção das peças que serão comercializadas entre 19 de abril e 05 de maio, quando acontece a 29a Femai, Feira das Malhas de Imbituva.
"Neste início de ano, é de 50% o aumento no volume de produção", afirma o presidente da Associação das Malharias de Imbituva, Verli Antonio Moleta. Ao todo, são 28 malharias, que empregam cerca de 400 pessoas e estão organizadas em um Arranjo Produtivo Local (APL).
Moleta conta que o APL existe desde 2004 e tem permitido parcerias com o Sebrai, Banco do Brasil, Prefeitura Municipal de Imbituva, dentre outras. Também visitas técnicas, treinamentos para os funcionários, capacitações em vendas, elaboração de custos, estilismo. O acompanhamento do Sebrai às empresas é destacado pelo presidente da associação. "A consultoria do Sebrai é muito importante para a atualização permanente quanto ao mercado da moda", diz.
O apoio técnico, a organização e a qualidade dos produtos fabricados têm sido uma combinação de sucesso. Tanto que as malharias de Imbituva produzem roupas para marcas conceituadas. "A gente faz e coloca a etiqueta deles; hoje 99% das marcas grandes terceirizam a fabricação", comenta Moleta. Os contratos mantidos com as empresas de renome nacional e internacional não permitem a divulgação das marcas. Nestes casos, os modelos das peças já vêm definidos pelos estilistas daqueles que contratam os serviços das malharias imbituvenses.
Quanto à produção convencional, destinada à comercialização direta, no atacado ou no varejo, também há o acompanhamento de profissionais especializados em moda. "Apenas em 2012, cinco estilistas de São Paulo e do Rio Grande do Sul, que sempre estão na Europa e nos Estados Unidos observando as tendências da moda, estiveram na cidade por alguns dias para a elaboração da coleção 2013", relata Moleta.
Tais profissionais vêm até as malharias entre agosto e dezembro, período em que diminui o volume da produção devido ao fato de grande parte das empresas fabricarem exclusivamente peças em tricô, mais propícias ao inverno. Neste período, a Associação das Malharias concentra-se na criação das peças para o próximo inverno.
A exceção são as empresas que já conseguiram diversificar a produtividade e que, além de peças em tricô, também se dedicam ao ramo de confecção, ou seja, elaboraram peças em tecido. Este é o caso da fábrica pertencente ao presidente da Associação das Malharias. "Desta forma eu consigo vender mais, por também fazer peças de algodão e outros tecidos", conta. Outra aposta da empresa e de outras malharias da cidade é fazer peças em tricô, com fios e modelos apropriados para o clima ameno, vendidas para todo Brasil.


Cores e tamanhos
Apesar das tendências de uso das cores variarem ano a ano, a característica de gosto regional predomina no mercado da moda. E as especificidades regionais também influenciam características das peças, como o tamanho das mangas de blusas.
Segundo o presidente da Associação das Malharias, "cada região tem uma padronização diferente de cor, vendemos peças com cores fortes para os consumidores de Maringá e do norte brasileiro, já em Curitiba predominam os tons mais neutros".
Outra curiosidade é que na fabricação das blusas de inverno, os lotes destinados a Carambeí, Castro e outras cidades de colonização holandesa e alemã têm que ter mangas maiores. Enquanto isto, as peças a serem vendidas em Maringá, onde há expressiva presença de descendentes de japoneses, precisam ter tamanhos menores.
Para conseguirem um bom retorno nas vendas, os fabricantes precisam estar atentos a este tipo de necessidade. E as consultorias e processos de qualificação têm garantido o cuidado com estes fatores.
Também tem garantido a modernização das fábricas. "Quem não conseguiu se modernizar, comprando máquinas computadorizadas fechou", enfatiza Moleta. Com o aparato tecnológico, as empresas que se mantem no mercado, tem produtividade maior e são competitivas. "Hoje as 28 malharias produzem pelas 100 de antigamente", diz Moleta, que está atuando no segmento há 16 anos, 12 deles no comando da associação.
Cada malharia se especializou em um nicho específico de mercado. Há, por exemplo, empresas que só trabalham fazendo roupas para senhoras, outras fabricam moda jovem, outras mesclam a produção de peças em tricô e confecção.


Qualificação de mão de obra
Uma das principais dificuldades dos empresários é mão de obra qualificada. Em conversa com o prefeito de Imbituva, Bertoldo Rover (PSD), no último dia 24, os integrantes da Associação das Malharias receberam a boa notícia que o Município apoiará as empresas, buscando trazer novos cursos de qualificação.


Feira prolongada
Neste ano, a Femai terá dezessete dias e funcionará das 9h00 até às 21 horas, de 19 de abril e 05 de maio. Neste período, também estão os feriados de 21 de abril e 1o de maio. O objetivo é permitir que visitantes de toda região possam visitar o espaço e adquirir roupas produzidas pelas 28 malharias de Imbituva.
Após o período da feira, 16 malharias deverão permanecer no Pavilhão de Eventos vendendo sua produção até o mês de agosto.


 

Texto e fotos: Letícia Torres, da Redação


Publicado na edição 656, 30 de janeiro de 2013.