Karen Seidel é anunciada como secretária de Bem Estar Social

Funcionária da pasta, Karen garante bom trabalho mesmo sem experiência política




[caption id="attachment_23442" align="alignleft" width="420" caption="A nova secretária do Bem Estar Social é mais uma funcionária de carreira a chefiar secretarias"][/caption]

Irati - Mais um nome que fará parte do secretariado da próxima gestão da prefeitura de Irati foi anunciado, desta vez para a Secretaria de Bem Estar Social, Habitação e Cidadania. O prefeito eleito, Odilon Burgath (PT), apostou na pedagoga Karen Quoos Seidel, que já é funcionária da pasta e atua no projeto "De Olho no Campo", para chefiar a secretaria.
Pedagoga formada pela UNICENTRO - Irati, a secretaria de Bem Estar já desenvolveu projetos sociais através do Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP) e na Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais, enfatizando o trabalho com as comunidades tradicionais do Paraná, dentre as quais as faxinalenses, colônias de pescadores, quilombolas, agricultura agroecológica, e comunidades indígenas.
Além disso, trabalhou como professora tutora no curso de Pedagogia à distância da UNICENTRO e atuou como pedagoga no CRAS da Vila São João e Bairro Lagoa.
Em entrevista ao Hoje Centro Sul, Karen afirma que sua primeira ação assim que assumir a pasta será dialogar com a equipe da secretaria. Ela explica que todos os projetos em andamento precisam ter continuidade, pois, segundo ela, a área social é uma das prioridades do governo federal e da nova administração municipal.
A secretária da pasta elogia a ex-gestora do Bem Estar Social, Maria Helena Orreda, e afirma que seu trabalho trouxe muitos avanços para Irati. "Contudo, a realidade social não é estática, e as iniciativas devem ser dinâmicas para responder às demandas. A larga experiência da equipe de trabalho será fundamental para um planejamento e criação de novas metas", afirma Karen.
Atualmente, o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS) é um ponto que precisa de muitas melhorias, principalmente na questão funcional. Hoje, apenas duas funcionárias estão locadas no Centro e isso torna o serviço muito deficitário. Karen explica que apesar do quadro estar abaixo do necessário, o que trouxe algumas dificuldades, o programa continua funcionando. "A equipe técnica, na medida do possível, fez um bom trabalho. Temos clareza que precisamos aumentar o quadro de técnicos, e provê-los dos instrumentos necessários para um trabalho mais efetivo e que atenda às necessidades da comunidade", diz a secretária. Ela complementa explicando que é preciso analisar a disponibilidade de recursos para cada projeto e buscar recursos adicionais para implementar os trabalhos.
Quando questionada se a secretaria atende todos os cidadãos iratienses que necessitam dos serviços sociais, Karen responde que a demanda é muito grande. "Temos vários equipamentos na Secretaria que atendem um número considerável de cidadãos. Infelizmente, há muita gente precisando de serviços sociais" aponta.
Para ela, é necessário realizar um trabalho conjunto entre PROVOPAR e Secretaria do Bem Estar Social, Habitação e Cidadania. A secretária afirma também que com o empenho do prefeito Odilon e o vice Renato, será possível dar atenção especial para que um número maior de cidadãos e cidadãs recebam assistência e os cuidados necessários para que tenham uma resposta aos seus problemas. "É preciso uma ação orquestrada entre todas as secretarias para que a qualidade de vida da população iratiense ganhe em qualidade", diz.
As ações sociais ainda são vistas por muitos como assistencialismo. A secretaria explica que esta é uma discussão ideológica. "A nossa preocupação é que há pessoas que enfrentam necessidades", explica. Segundo ela, o Brasil construiu uma situação que impõe uma vida de privações a uma grande parcela da sociedade, portanto "estas pessoas precisam de uma ação concreta do poder público. É obrigação do Estado proporcionar estes cuidados e oportunizar uma vida digna a cada cidadão", garante.
Com visão ampla sobre ações sociais, Karen afirma que os governos não podem se furtar da responsabilidade de "estender a mão a quem precisa".
A secretária comenta que o assistencialismo acontece quando a ações vêm desprovidas de ações complementares que auxiliam o beneficiado a sair de sua situação de carência e dependência do Estado. "Por isso, no trabalho da secretaria são oferecidos cursos para que as pessoas atendidas possam complementar sua renda e, aos poucos, sair de sua situação de pobreza", aponta.
Por fim, ela mostra personalidade ao dizer que mesmo sem ter experiência política, poderá desenvolver um bom trabalho na Secretaria de Bem Estar Social, Habitação e Cidadania. "Um espetáculo não se realiza somente com aqueles que atuam no palco. A política não é feita apenas por aqueles que ocupam as principais funções da vida pública. Aqueles que trabalham nos bastidores são igualmente importantes. Trabalhei nos bastidores da Secretaria do Bem Estar. Sinto-me bem ao lado do povo que é alvo do trabalho. Minha experiência é fazer a ligação com a comunidade de projetos bem elaborados pela administração. E é esta experiência que levarei para minha nova função" finaliza.


 

Texto: Guilherme Capello, da Redação


Foto: Arquivo Karen Quoos Seidel


Publicado na edição 652, 04 de janeiro de 2012.