Fruta direto do pé

Colheita de uva termina em poucos dias. Até então, pode-se adquirir uva direto dos pomares nas propriedades rurais de Irati




[caption id="attachment_24000" align="aligncenter" width="336" caption="Secretário de Agricultura, Cláudio Ramos, conversa com produtores para saber das dificuldades enfrentadas e traçar um plano de incentivo à fruticultura"][/caption]

Irati - O cheiro da fruta é sentido de longe, afinal, é janeiro, é safra de uva. De longe os pomares podem ser avistados. Mais do que isso, em Irati, eles podem também ser degustados. A produção de uva no município permite que os compradores de uva adquiram o produto diretamente do pomar, como acontece na propriedade de Pedro e Luci Parteka, em Faxinal dos Ferreiras, interior do município.
Direto na propriedade do casal, o quilo da uva Bordô é comercializado a R$ 1,50 e a uva Niágara Branca a R$ 2,00. Eles também vendem o produto em mercados de Irati e Inácio Martins e lamentam não terem condições de vender a outros locais. "Precisava ter a venda para fora e câmara fria na comunidade para facilitar", dizem. A colheita deve terminar até o final de semana, pois quase todos os frutos já estão maduros.




[caption id="attachment_24001" align="alignleft" width="336" caption="O engenheiro agrônomo da secretária de Agricultura, Antonio Martins (à esquerda), o secretário da Pasta, Cláudio Ramos, e o produtor conversam acerca da fruticultura"][/caption]

Rentabilidade
De acordo com o engenheiro agrônomo da secretaria de Agricultura de Irati, Antonio Sidnei Martins, o cultivo da uva neste ano totaliza 12 hectares. A previsão de safra é de 128 toneladas. Conforme Martins, a rentabilidade é boa, especialmente depois que o fruticultor transforma o produto em vinho. A comercialização dos vinhos artesanais só pode ser realizada na propriedade, pois a falta de registro inviabiliza o comércio externo.
A região de Irati, destaca Martins, é boa para o cultivo das variedades de uvas americanas, que se adaptam melhor ao clima úmido. "As variedades de uvas viníferas, como Cabernet Sauvignon e Merlot, exigem produtores com mais capacidade de investimento e técnicas de cultivo mais especializadas", avalia o engenheiro.




[caption id="attachment_24004" align="alignright" width="266" caption="Pedro Parteka cultiva uva desde 2002 e não pretende deixar a fruticultura. A colheita da uva em sua propriedade deve terminar até o final de semana"][/caption]

Fruticultura é alternativa de renda
Pedro Parteka e a esposa, Luci, já trabalharam com outras culturas, mas optaram pela fruticultura em 2002, que tem se mostrado como boa alternativa de renda. "Eu não mudo mais. Quer coisa melhor do que andar na sombra? Meu destino é aqui embaixo", diz o produtor, bem humorado, enquanto caminha pelo parreiral.
Há seis anos, dizem eles, não plantam sequer um pé de feijão. Lamentam a falta de estrutura para comercializar seus produtos para outros municípios e visam investimento maior em outras culturas. "Se tivéssemos mais pêssego, venderia tudo, porque tem mercado", conta o fruticultor.
Entre as dificuldades, está a falta de uma câmara fria, pois a do município fica distante da propriedade, dificultando o transporte até a câmara e depois ao local de comércio. Pedro sugere que uma câmara seja instalada na comunidade para utilização dos fruticultores locais.
O secretário de agricultura, Cláudio Ramos, destaca que a fruticultura não recebeu incentivo nos últimos anos, mas pretende retomar projetos e iniciar novos. "O nosso programa de governo prevê a Rota do Vinho. Vamos visitar municípios que já têm este tipo de iniciativa e ver o que deu certo para trazer para cá. Para isso, estamos nos inteirando do que acontece no campo, visitando as propriedades e conversando com os produtores", observa o secretário.




Texto e fotos: Assessoria PMI


Publicado na edição 655, 23 de janeiro de 2013.