Irati corresponde a aproximadamente 2% da produção estadual
Irati – Apesar de a safra anterior ter sido bem conduzida pelos agricultores, houve muita chuva no segundo semestre o que refletiu na qualidade dos grãos que não foram muito bons.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo) e um dos vice-presidentes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Marcelo Vosnika, houve uma quebra de aproximadamente 40% da produção. “A perspectiva para esse ano do clima é muito favorável, o produtor está investindo, se o clima for seco e frio como está previsto haverá uma safra boa de produtividade”, afirma.
Contudo, estima-se uma queda de 20% de área para a próxima safra. “Mesmo a área diminuindo, a produtividade deve aumentar, a expectativa é que a produção seja maior que a do ano passado”, comenta o presidente.
Marcelo também é proprietário da Moageira e explica como é feita a parceria com os produtores. “É feita uma integração com os agricultores e eles plantam as variedades que a empresa precisa. Após ser feita a escolha da variedade é instruído os agricultores sobre o plantio e manejo”, conta.
O presidente enfatiza que os produtores de Irati e região não têm problema de liquidez. “Vemos que no Paraná e no Brasil o produtor não tem para quem vender o trigo, esse problema não acontece na nossa região, ele aqui tem uma garantia de venda. Na região são cadastrados aproximadamente 1200 produtores de 15 municípios”, ressalta.
Irati corresponde a quase 2% da produção estadual e já foi registrada uma colheita de 60 mil toneladas no município, a média por hectare é de três mil quilos.
“Toda a nossa produção gera em torno de aproximadamente R$50 milhões por ano em vendas. Esse valor arrecadado em vendas por todo o Brasil é o recurso que paga os produtores, transportadores e funcionários, ele retorna para a região, e é gasto aqui, são R$50 milhões injetados na circulação econômica da região”, comemora Marcelo.
A portaria 478 do Ministério da Agricultura reduziu em 10% o preço mínimo do trigo e foi publicada em 01 de julho no Diário Oficial da União. “Se o Governo continuasse com o preço mínimo ele teria que comprar todo o trigo dos produtores, e os custos de produção caíram um pouco esse ano. Mas o governo não fez errado ao diminuir o preço mínimo do trigo em 10%, porque é essa a situação do mercado mundial”, considera Marcelo.
Para o presidente a saída é baixar o custo da produção. “O trigo paraguaio chega mais barato que o nacional. São muitos impostos, os defensivos são mais caros, e no Paraguai o custo é bem mais baixo fato esse que dificulta a comercialização do trigo no Brasil,” menciona Marcelo.
A fim de ganhar mais competitividade no mercado internacional, o preço do trigo argentino deve cair pelo menos 30%. Mesmo com a Tarifa Externa Comum (TEC) fixada a 10% para importação fora do Mercosul, o cereal norte-americano chega quase 10% mais barato no Brasil.
Para Marcelo, o Brasil deveria bloquear a farinha de trigo da Argentina, criando um imposto de importação para o produto. “Com os moinhos ociosos, essa medida daria mais liquidez para o trigo nacional. Aumentar a TEC vai proteger ainda mais o mercado interno da Argentina e acabar com a indústria nacional”, conclui.
Texto: Adriana Souza, Da Redação
Publicado na edição 529, em 28 de julho de 2010
Irati – Apesar de a safra anterior ter sido bem conduzida pelos agricultores, houve muita chuva no segundo semestre o que refletiu na qualidade dos grãos que não foram muito bons.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo) e um dos vice-presidentes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Marcelo Vosnika, houve uma quebra de aproximadamente 40% da produção. “A perspectiva para esse ano do clima é muito favorável, o produtor está investindo, se o clima for seco e frio como está previsto haverá uma safra boa de produtividade”, afirma.
Contudo, estima-se uma queda de 20% de área para a próxima safra. “Mesmo a área diminuindo, a produtividade deve aumentar, a expectativa é que a produção seja maior que a do ano passado”, comenta o presidente.
Marcelo também é proprietário da Moageira e explica como é feita a parceria com os produtores. “É feita uma integração com os agricultores e eles plantam as variedades que a empresa precisa. Após ser feita a escolha da variedade é instruído os agricultores sobre o plantio e manejo”, conta.
O presidente enfatiza que os produtores de Irati e região não têm problema de liquidez. “Vemos que no Paraná e no Brasil o produtor não tem para quem vender o trigo, esse problema não acontece na nossa região, ele aqui tem uma garantia de venda. Na região são cadastrados aproximadamente 1200 produtores de 15 municípios”, ressalta.
Irati corresponde a quase 2% da produção estadual e já foi registrada uma colheita de 60 mil toneladas no município, a média por hectare é de três mil quilos.
“Toda a nossa produção gera em torno de aproximadamente R$50 milhões por ano em vendas. Esse valor arrecadado em vendas por todo o Brasil é o recurso que paga os produtores, transportadores e funcionários, ele retorna para a região, e é gasto aqui, são R$50 milhões injetados na circulação econômica da região”, comemora Marcelo.
A portaria 478 do Ministério da Agricultura reduziu em 10% o preço mínimo do trigo e foi publicada em 01 de julho no Diário Oficial da União. “Se o Governo continuasse com o preço mínimo ele teria que comprar todo o trigo dos produtores, e os custos de produção caíram um pouco esse ano. Mas o governo não fez errado ao diminuir o preço mínimo do trigo em 10%, porque é essa a situação do mercado mundial”, considera Marcelo.
Para o presidente a saída é baixar o custo da produção. “O trigo paraguaio chega mais barato que o nacional. São muitos impostos, os defensivos são mais caros, e no Paraguai o custo é bem mais baixo fato esse que dificulta a comercialização do trigo no Brasil,” menciona Marcelo.
A fim de ganhar mais competitividade no mercado internacional, o preço do trigo argentino deve cair pelo menos 30%. Mesmo com a Tarifa Externa Comum (TEC) fixada a 10% para importação fora do Mercosul, o cereal norte-americano chega quase 10% mais barato no Brasil.
Para Marcelo, o Brasil deveria bloquear a farinha de trigo da Argentina, criando um imposto de importação para o produto. “Com os moinhos ociosos, essa medida daria mais liquidez para o trigo nacional. Aumentar a TEC vai proteger ainda mais o mercado interno da Argentina e acabar com a indústria nacional”, conclui.
Texto: Adriana Souza, Da Redação
Publicado na edição 529, em 28 de julho de 2010