Instituições se unem no Dia Mundial de Luta contra a Aids

Um dos objetivos da campanha é incentivar os jovens a refletir sobre seu comportamento

Irati – No dia 01 de dezembro, data de referência na luta contra a Aids, instituições de Irati se uniram na divulgação e conscientização sobre a doença. Este ano a campanha tem o tema “O preconceito como aspecto de vulnerabilidade a Aids”, com o mote “A Aids não tem preconceito. Você também não deve ter”.

A campanha foi promovida através de uma blitz no dia 01 na Rua Munhoz da Rocha, esquina com a XV de Julho, onde foram distribuídos folder’s orientativos para combater a discriminação, também foi dado orientações relacionadas às pessoas que vivem ou convivem com a Aids.

Participaram da blitz, profissionais da 4º Regional de Saúde, Núcleo Regional de Educação, APP, Consórcio Intermunicipal e o Colégio João XXIII. “O objetivo é lembrar o Dia contra a Aids, outra meta é fazer com que os jovens e a população em geral reflitam sobre seus próprios comportamentos”, aponta a coordenadora regional de testes de HIV, Albina Kovalski.

“A campanha busca dar maior visibilidade as questões de viver com Aids, como também minimizar a discriminação sofrida pelas pessoas que vivem com a doença, a fim de incentivar os jovens a refletirem sobre seu comportamento”, esclarece.

Albina conta que o teste de HIV é disponibilizado em qualquer unidade de saúde. “A pessoa antes de fazer o exame terá uma conversa com a equipe de acolhimento e aconselhamento que o irá orientar. Caso confirmado a suspeita, a equipe também irá acompanhar o tratamento da doença”, explica.

A preocupação neste momento é com o avanço da epidemia na população jovem. “É uma população difícil de atingir, por isso é necessário envolver todas as esferas da população a fim de alertar e conscientizar sobre os riscos. É preciso que o uso da camisinha não seja só discurso. Em pessoas acima de 29 anos é constatado uma diminuição na taxa de infectados”, ressalta.

Hoje 43 pessoas pegam medicamentos na Regional de Saúde. “A situação não é tranquila, o número de infectados está sendo registrado com bastante frequência. O universo de infectados não é exato, porque o número de pessoas que fazem teste é de aproximadamente 1% da população. O ideal é que se faça o teste no mínimo uma vez por ano”, orienta.

Recentemente foi instituído a testagem de HIV no pré-natal. “Somente neste ano foram diagnosticados três gestantes com o vírus, esse é um indicador forte de que a taxa de infecção é grande”, revela.

Segundo dados da 4º Regional de Saúde, considerando o período de 1996 a 2009, os casos de Aids mostram o seguinte cenário: Fernandes Pinheiro (01), Guamiranga (04), Imbituva (33), Inácio Martins (05), Irati (40), Mallet (05), Rebouças (07), Rio Azul (01) e Teixeira Soares (05).

Segundo as instituições de saúde, para cada caso descoberto, quatro não foram diagnosticados. O Paraná tem notificado 24.578 casos de Aids adulto e crianças no acumulado de 1984 a novembro de 2010.Nos últimos seis anos o Estado vem notificando uma média de 1.250 novos casos de Aids por ano.

Com relação a categoria de exposição no Estado, observa-se que 64,7% são heterossexuais, 12,6% homossexual, 7,4% bissexuais. Quanto a categoria de exposição os restantes dos casos 15,3%, estão associados a outros fatores de vulnerabilidade, entre os usuários de drogas injetáveis registra-se 4,35% do total de casos acumulados de 1984 a novembro de 2010.

Aids no Brasil

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi instituído em 1987 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e no Brasil foi adotado a partir de 1988. Desde então, todos os anos nesta data, o Ministério da Saúde lança uma campanha de controle e prevenção da doença.

Os novos números da Aids (doença já manifesta) no Brasil, atualizados até junho de 2010, contabilizam 592.914 casos registrados desde 1980. A epidemia continua estável. A taxa de incidência oscila em torno de 20 casos de Aids por 100 mil habitantes. Em 2009, foram notificados 38.538 casos da doença.

Observando-se a epidemia por região em um período de 10 anos – 1999 a 2009 – a taxa de incidência no Sudeste caiu (de 24,9 para 20,4 casos por 100 mil habitantes). Nas outras regiões, cresceu: 22,6 para 32,4 no Sul; 11,6 para 18,0 no Centro-Oeste; 6,4 para 13,9 no Nordeste e 6,7 para 20,1 no Norte. Vale lembrar que o maior número de casos acumulados está concentrado na região Sudeste (58%).

Texto: Adriana Souza, Da Redação, com informações do Ministério da Saúde

Foto: 4° Regional de Saúde

Publicado na Edição 548, em 08 de dezembro de 2010