Sol Maior

Sou meio avesso a essa coisa de legislar em causa própria, de colocar a primeira do singular como prioridade. Sei também que isso é um erro, mas não me acostumo, e também não tenho nada que possa justificar esse tipo de postura, apesar de reconhecer que existem nulidades no mercado que, não dando certo em nada que pudesse ser contabilizado como relevante que, preservando-se as exceções,  acabaram políticos. Alguém aí da platéia não conhece pelo menos um exemplo dessa escória? Pois é. Por falar nisso, o Sponholz, o magistral colunista, na semana que passou nos brindou com essa magnífica sacada: “Para que escolher o caminho do crime se há tantas maneiras legais de ser desonesto”. Não é brilhante? Mas to fugindo do meu tema o projeto Sol Maior. Este programa e um outro, o Tênis nos Bairros, foram pensados já há alguns anos com uma mesma finalidade: encaminhar crianças carentes pro aprendizado de música, ou a prática do esporte. Confesso-lhes irmãos, a coisa é bem mais complicada do que se imaginava no principio. As duas ações foram – ou tentam ser – viabilizadas através da Associação Comunitária de Incentivo à Cultura e da Rádio Cultura FM. Começou-se pelo Projeto Sol Maior. Na época da implantação, procurou-se o apoio de quem sabia do que estava falando: o pessoal da OSINPA, Orquestra Sinfônica do Paraná; foi o gerente da orquestra que sugeriu o tipo de formação inicial, método de ensino e a idade dos futuros integrantes. Foi à primeira quebrada de cara, as informações “quase” batiam com que se havia imaginado. Bom, na volta iniciaram-se as conversas pra explicar o projeto e pedir a colaboração das pessoas interessadas na parceria. Foi nessa época, também, que se tentou uma parceria com a prefeitura e os, nem todos, edis daquela gestão, não aprovaram o apoio. Deus é pai. Conversa vai, conversa vem, conseguiu-se a doação de seis violinos que ficariam repousando por quase quatro anos. Este ano, baseado numa campanha via Rádio Cultura, e contando com o apoio de novos e antigos parceiros, acertamos com o professor Sandro Wolski o inicio das aulas pros seis primeiros alunos. Agora, querem uma confissão? É comovente (e às vezes derruba a gente) ouvir o relato de uma pessoa da família de um dos alunos, contando que a criança sempre havia sonhado em aprender música e, que se não fosse o projeto, talvez jamais houvesse a possibilidade do aprendizado, pela falta de condições da família. Isso vale um projeto. Aos seis iniciais, somou-se mais uma. Há um mês mais ou menos, o projeto ganhou a primeira viola de arco, irmã maior do violino e, semana passada, ganhamos mais uma viola de arco. Já somos nove. Seis violinos e duas violas. E quer saber? Não vamos parar por aí. Em tempo: as aulas ocorrem todas as terças e sextas-feiras, das nove ás 10 da manhã, na escola do professor Sandro. As pessoas e empresas que dão suporte ao projeto, são: Posto Isa, Metalúrgica Thoms e Benato, Construtora Derbli, Calce Bem Calçados, Escritório Alvorada, Madeireira Dallegrave, Grupo Guardian, Professor José Maria Orreda e Fernando Orreda.

Cala a boca - To vendo F1, domingo, e o Mark Webber atropela a Lótus do Heikky Kovalainem. Aí, roda com roda e não dá outra, um, ou dois, acabam voando. Só o Webber voou. Aí, vai o locutor da Globo e nos conta que o piloto tinha feito um “turn over”. Hmmm...sei não, “turn over”, existe isso? A manobra, se se quer um termo que lembre uma manobra aérea acrobática, seria “looping”. Mas o narrador é especialista em falar asneira. Ele deve ter pensado em “wing over” esta sim, manobra acrobática, básica, mas tem lá seus encantos. O engraçado nas corridas transmitidas pela Globo é que o locutor fala de uma corrida e eu to sempre vendo outra.

Marco Leite

Publicado em 30/06/2010

 

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