Fonoaudiologia da Unicentro é destaque em encontro internacional da área


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Durante o 30º Encontro Internacional de Audiologia realizado no último mês, o Departamento de Fonoaudiologia da Unicentro teve dois grandes destaques: a professora Maria Isabel Ramos do Amaral recebeu prêmio da Academia Brasileira de Audiologia (ABA), como autora da melhor tese de doutorado de 2014, e também, a professora doutora Cristiana Magni assumiu a direção da ABA até o ano de 2017.

Cristiana explica que a Academia é uma associação sem fins lucrativos que visa o desenvolvimento da audiologia como ciência, no âmbito nacional e internacional, por meio da educação e da cultura. “Ela congrega profissionais e estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores em audiologia, trabalhando em parceria com o Conselho Federal e Regionais de Fonoaudiologia, bem como, com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e de Otorrinolaringologia”, acrescenta.

Através do estudo de um tipo de epilepsia que acomete crianças, a professora Maria Isabel Ramos do Amaral recebeu a premiação que leva o nome de Maria Cecília Bevilacqua, considerada pioneira na área da Fonoaudiologia. O prêmio é uma viagem de estudos para visita técnica em uma instituição ou universidade internacional, e tem o objetivo de ampliar a troca de conhecimentos na área.

“Para mim foi bastante significativo porque acredito que estamos num momento de pesquisa globalizada, temos falado muito em internacionalização e na busca dessas pesquisas em parceria. Vou poder complementar todo o trabalho do doutorado com uma visita técnica em uma universidade do exterior, que por muitas vezes, tem mais estrutura, assim, quero trazer mais conhecimento e estabelecer parcerias”, afirma a professora.

A pesquisa de Maria Isabel foi desenvolvida dentro do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Ela estuda um tipo de epilepsia considerada como branda, que acomete crianças entre três e 14 anos, e que a partir da vida adulta as crises acabam. Porém, o pico da epilepsia, ou seja, o período em que a criança vai ter mais descargas neuronais, é entre nove e dez anos de idade, o que acaba causando dificuldades de aprendizagem, memória e também na linguagem.

“Os estudos apontam um desempenho inferior na aquisição da leitura e da escrita, e nós avaliamos também a habilidade de consciência fonológica, que a criança começa a desenvolver desde pequena quando ela vai tendo consciência da estrutura da nossa língua. Essa habilidade foi algo que encontramos bastante alteração nessas crianças, e que tem correlação com as habilidades auditivas. Ou seja, para eu começar a perceber as semelhanças de rima, sonoridade, até de separação das sílabas, preciso também de pistas acústicas, de diferenciar o som das letras, assim nós encontramos uma correlação entre essas habilidades”, relata.

Maria Isabel alerta que alguns estudos indicam que com menos de três anos, as crianças podem desenvolver crises febris que antecedem o aparecimento da epilepsia. A doença está ligada à genética, e é importante que os pais estejam atentos caso a criança tenha crises de febre sem nenhum motivo aparente.

Nesta forma da doença, não há uma crise de epilepsia clássica, na qual a pessoa se debate. Ela é aparente na região da face onde a criança tem hemiparesia, que seria uma paralisia de só um lado da face. Por vezes, a criança baba e logo em seguida fica com dificuldades de articular os sons da fala, e ela pode ter crises clônicas ou mioclônicas que são da musculatura da face. Estes são os sinais clínicos mais clássicos deste tipo de epilepsia, e ocorrem em um período que antecede ao sono, algumas crianças têm durante o dia, algo que é raro, o mais comum é que as crises sejam durante a noite.

“É um tipo de epilepsia que não tem perda de consciência e é controlada com medicação. A literatura mostra que quanto antes nós controlamos as crises, mais rápido o cérebro se reorganiza e qualquer dano que tenha tido pode ser superado. A dica que fica para os pais é sempre observar o seu filho, conhecê-lo, e cuidar durante o período de sono, mesmo que seja somente em alguns momentos. Qualquer relato estranho durante o dia ou a noite da criança, é importante que os pais procurem o pediatra, que é o médico que dá a porta de entrada para outros profissionais”, finaliza a professora.

Assessoria Unicentro