Auditor da receita é preso em Irati acusado de receber propina de 500 mil reais


A Promotoria de Justiça de Repressão à Sonegação Fiscal em parceria com o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na quinta-feira, dia 7, deflagraram a segunda fase da “Operação Papel”, ação que visa combater crimes fiscais e envolve agentes da Receita Estadual e empresários dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Entre os 15 mandatos de prisão expedidos no dia, foi preso em Irati o auditor Robinson Franco de Oliveira. A prisão de Robinson é baseada na suspeita do funcionário público estadual ter cometido o crime de Improbidade Administrativa, já que, supostamente, o auditor teria repassado informações internas privilegiadas, “as informações internas da Receita são essenciais para os criminosos que buscam lavar dinheiro, por isso subornam esses funcionários estaduais, para que repassem o que está acontecendo”, fala o coordenador geral do Gaeco, Leonir Batisti. Conforme informações de Batisti, Robinson repassava informações principalmente relacionadas às cobranças do ICMS.  Ainda segundo o coordenador, a propina recebida por esse auditor estadual gira em torno de 500 mil reais. Além das prisões, foi expedida uma ordem para sequestro de bens dos acusados, visando a recuperação, mesmo que parcial, do dinheiro desviado.
Robinson Franco de Oliveira
Foto: Reprodução /Facebook 



Informações da investigação apontam que o prejuízo total gerado aos cofres públicos pela lavagem de dinheiro gira em torno de 115 milhões de reais. A operação criminosa  tido seu início no ano de 1991, apesar do longo tempo que as ações ocorrem, Batisti relata a dificuldade em desarticular um esquema como esse, “além do grande cuidado que os envolvidos nesse tipo de crime têm em não deixar passar nada, ainda tem a questão dos direitos individuais, já que com isso as contas bancárias são protegidas por sigilo, o que dificulta a investigação. Precisamos achar um fio inicial pra conseguir desmanchar o caso”.

O esquema

O principal articulador do esquema era um empresário junto da sua esposa, além deles, outros empresários ligados ao ramo gráfico participavam do esquema, que funcionava da seguinte maneira: os empresários conseguiam pessoas para responder como proprietários das indústrias gráficas, papel conhecido como o do ‘laranja’. Essas empresas eram administradas através de procurações e depois fechavam, não pagando os tributos que lhe eram impostos, e logo em seguida abriam a empresa em nome de outro laranja, dando ciclo à operação. Os auditores públicos entravam na ‘jogada’ dando dicas do que fazer para que os atos não fossem descobertos.

 Da Redação/Hoje Centro Sul , com informações Najuá