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Os professores da Unicentro e de outras instituições de ensino discordam do Projeto de Lei 252/2015. “O governo desde o começo do Paranaprevidência [criada em 1998] não vem cumprindo o que foi combinado, que era a contribuição para o fundo, ou seja, todo o dinheiro que está lá é dos servidores, e agora ele quer tomar posse disso como se nada tivesse acontecido”, defende Glaucia Kronbauer, professora da Unicentro. Michele Fernandes, professora de pedagogia tem a mesma visão e acrescenta “essa decisão do governo não vai nos afetar agora, vai afetar quando nós e as futuras gerações quisermos nos aposentar e não ter o dinheiro arrecadado disponível”. A greve vai ter início na segunda-feira, dia 27, e não tem data programada pelo término. A primeira ação dos grevistas será ir para Curitiba, pressionar os deputados na Assembleia Legislativa para que o Projeto de Lei 252/2015, não seja aprovado e seja retirado do regime de urgência. Após isso, vão tentar articular um novo projeto para o fundo previdenciário. Ações nas ruas centrais de Irati também devem fazer parte do cronograma dos professores em greve. “Os professores querem que a discussão sobre a previdência seja em longo prazo. Claro que o órgão precisa de reformas, mas não dá só para pensar no curto prazo como o governo quer, apenas para arrumar um problema que ele mesmo criou”, aponta o professor do departamento de história Helio Sochodolak.
Além dos campi de Irati e Guarapuava, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), a Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná(Unioeste) estão em greve. Segundo informações dos comandos de greve, todas essas instituições devem estar presentes em Curitiba na próxima semana. É esperado que a Universidade Estadual de Londrina (UEL) também ingresse no movimento.
Visão dos alunos
Apesar das dificuldades de calendário que surgem com as greves, parte dos alunos apóia o movimento. “Sabemos que vai complicar as aulas, com reposições em férias e esse tipo de coisa, mas é preciso pressionar o governador, se não entrar em greve fatalmente essa questão passará pelo legislativo e será mais uma derrota para o ensino público paranaense”, exclama o aluno João Henrique Santos, do curso de Psicologia.
Lorena Rebesco é acadêmica do curso de Letras Português e se preocupa com o futuro da profissão. “O trabalho do professor já é desvalorizado e ações como essa reforçam a desvalorização, por isso apoio a greve, para que no futuro, eu que serei professora e outros tantos, sintam seus direitos respeitados”, explana.
Raphael Gierez/Hoje Centro Sul