O palestrante
Alejandro é autor de vários livros, todos sobre a ditadura. Em suas obras ele conta como foi perseguido e torturado nos anos 80. Alejandro nasceu no Chile e com 11 anos foi morar nos EUA. Lá ele se formou em jornalismo e iniciou sua carreia atuando em um jornal local. Ele trabalhou como correspondente de guerra. “Ainda muito novo, 23 anos, cobri vários conflitos internacionais, nos anos 70”, fala Alejandro.
Ele destaca que se sente honrado em fazer parte da história, por estar presente em guerras civis em Angola, Salvador, Nicarágua e entre outras. Rafael diz que foi perseguido por causa de um simples detalhe: em seu passaporte constava que ele tinha morado na Nicarágua, mas de fato ele foi contratado para trabalhar naquele país, nessa época ele morava no Paraguai. Por este motivo ele e sua esposa foram detidos e torturados, Rafael ficou preso por 8 anos e foi liberado logo que foi instituída a democracia em seu país, porém nunca mais viu sua mulher.
Alejandro conta que em alguns países, constitui-se a democracia e os governantes não conseguem mais governar, perdem o controle e voltam novamente à ditadura. Rafael preza que isso não aconteça no país que ele ama, que os brasileiros não deixem isso acontecer, finaliza Alejandro.
Participantes
Laís Fernanda Oliveira participou desde o inicio, e nos fala que foi uma das coisas mais marcantes que já presenciou. “Mesmo tendo um certo conhecimento sobre a ditadura eu não tinha a real dimensão do que as pessoas passavam durante esses regimes instaurados no Brasil e nos países vizinhos”, diz. Segundo Laís, ouvir os relatos pessoalmente e de uma pessoa que foi torturada, a faz ter ainda mais certeza de que as perseguições promovidas pelos militares da ditadura nunca mais devem voltar. Ela acredita que as pessoas que estavam na palestra ficaram impressionadas com a coragem e luta de Rafael Alejandro Mella La Torre. "Ir as ruas pedir intervenção militar é um tanto quanto controverso, pois durante o período que os militares estiveram no poder esse tipo de manifestação era proibida", finaliza.
Texto e foto: Sergio Popo/Hoje Centro Sul