Encontro elabora estratégias para desenvolver agricultura na região

Na quarta-feira (15), um encontro organizado pelo Banco do Brasil reuniu vários órgãos responsáveis pela gestão e desenvolvimento da agricultura na região. Estiveram presentes representantes do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Associação Comercial e Empresarial de Irati (Aciai), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, entre outras entidades.

O objetivo da reunião foi discutir e começar a levantar estratégias para o projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). A atuação do Banco do Brasil e dos parceiros, com a Estratégia Negocial de DRS, se dá por meio do apoio a atividades produtivas, com a visão de cadeia de valor, identificadas como vocações ou potencialidades regionais. A estratégia apóia o desenvolvimento de atividades nas áreas rurais e urbanas ligadas ao agronegócio, comércio, serviços e indústria.
A metodologia de atuação do projeto prevê a sensibilização, mobilização e capacitação de funcionários do banco e de parceiros, e ainda a elaboração de um amplo diagnóstico, sendo abordada a cadeia de valor das atividades produtivas apoiadas  e identificados pontos fortes, pontos fracos, oportunidades, ameaças e potencialidades, dentre outros.

Com base neste diagnóstico, é elaborado o Plano de Negócios DRS, no qual são definidos os objetivos, as metas e as ações para implementação desse Plano. Ainda ocorre o monitoramento das ações definidas e a avaliação de todo o processo. Segundo o gerente geral da agência do Banco do Brasil de Irati, José Roberto Castro, o município elaborou um diagnóstico em 2010, portanto um dos objetivos da reunião foi atualizar as estratégias de trabalho. “Nós temos várias entidades envolvidas, desde o início do processo até a comercialização. Em 2010 já foram feitos os estudos em relação à agropecuária no município, a ideia agora é trabalhar na gestão, a realidade de 2010 não é a mesma de 2015, então é preciso pensar como podemos melhorar esse processo”, explica.

Agricultura hoje
Na região existe um Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, separado em três eixos: produção; comercialização; inclusão social e qualidade de vida. Mas, segundo o chefe do núcleo regional da Seab, Igor Zampier, há falta de participação dos produtores rurais, de sindicatos, das cooperativas. “Nós temos desenvolvido políticas públicas tentando buscar a demanda do agricultor, mas está difícil essa participação”.

Claudio Ramos, secretário municipal de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, explica que a maior dificuldade é ter um plano de desenvolvimento rural. “Cada entidade trabalha com aquilo que é peculiar dela, mas geralmente as ações são isoladas. Outro fator que impede o desenvolvimento das políticas públicas está em problemas com documentação de propriedades, por isso muitas vezes o trabalho começa, mas não termina, derrubando a expectativa do produtor”.
No decorrer da reunião, inúmeros pontos foram debatidos como a falta de planejamento, a qualidade dos produtos, o desenvolvimento da agricultura familiar. “Esse pensamento de cadeia produtiva não está sendo desenvolvido, não é possível melhorar a qualidade e instalar uma indústria do leite, por exemplo, sem ter pastagem, sem ter genética que é o mínimo que precisa”, afirma Igor.

Ainda assim, sem a estrutura e apoio necessários, nos últimos 5 anos a produção de leite aumentou 30% e a genética do rebanho melhorou, além do aumento nos investimentos em tecnologia. “Já é muito boa a estrutura que o produtor fez por conta própria e tirou do bolso dele, sem incentivo de cadeia, então imagine se tiver o impulso, o quanto que esse produtor pode fazer”, conclui Igor.
Foi consenso entre todos os participantes da reunião que a região tem um grande potencial para crescimento e aperfeiçoamento da produção. Outras reuniões estão previstas para levantamento das principais dificuldades da agricultura regional para que sejam elaboradas soluções para aperfeiçoar a mesma.

Ana Paula Schreider/Hoje Centro Sul