Nomeação de novos professores na rede estadual gera redistribuição de aulas no Paraná

A nomeação de mais de 5 mil professores e pedagogos na rede de ensino estadual,
duas semanas antes do início do ano letivo, gerou descontentamento da classe,
que reclama da falta de diálogo e informações do governo estadual




Ciro Ivatiuk/Hoje Centro Sul
Na quarta-feira (28), mais de cinco mil professores e pedagogos foram nomeados para a Rede de Ensino Pública do Paraná. Eles foram integrados no início de fevereiro e participaram da  nova distribuição de aulas para o primeiro semestre letivo de 2015. A redistribuição foi realizada nos dias 2, 3 e 4 de fevereiro. As semanas pedagógicas da rede estadual de ensino devem ocorrer nos dias 5 e 6, com início das aulas previsto para o dia 9 de fevereiro.

As mudanças não agradaram muitos professores, principalmente os contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS). A presidente da APP Sindicato de Irati, Manoela Maria Carneiro, explica que o descontentamento dos professores começou no início do processo do concurso nº 17/2013, que garantiu a nomeação dos novos funcionários. “Estamos insatisfeitos desde o início do processo desse concurso. Lá no começo, já foi tudo tumultuado e com poucas informações. A redação nunca foi classificatória e, dessa vez, foi. Ninguém nos informava de nada, foi bem complicado”, afirma.
Ainda segundo ela, a nomeação deveria ter ocorrido antes, para que os professores pudessem se preparar durante semanas pedagógicas. “Como os professores vão fazer um planejamento da noite pro dia se nem sabem quais são as turmas que vão ficar ou em qual escola? Não tem como. Isso foi um descaso com a classe. O pior de tudo é a falta de informação, pois eles decidem e não querem nem ouvir o nosso lado. Além disso, não nos repassam nenhuma informação a respeito da situação, não há diálogo”, destaca.


O chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati, professor Cleto Antonio Castagnoli, ressalta que não há risco do ano letivo iniciar com falta de professores. “Creio que isso não vá acontecer aqui na região, pois a mudança não irá afetar muito as coisas. Muitos professores aprovados no concurso eram do PSS. A situação que mais irá afetar os professores é que, agora, os do PSS terão que esperar para ver as vagas que irão sobrar”.

Ele também comentou que houve cortes no número de professores e agentes 1 e 2 – funções administrativas e auxiliares de serviços gerais – contratados via PSS. “A secretaria de Finanças fez um corte significativo, só nos professores do PSS, o número passou de 29 mil para 11 mil. Nas outras áreas, o corte foi de 29% e 22,5%, respectivamente”.

Kyene Becker/Hoje Centro Sul