Moradores reclamam de infestação de ratos em barracão de lixo reciclável em Irati

Um barracão de lixo reciclável está causando transtornos na rua Samuel Vink, centro de Irati.
Prefeitura deu o prazo de 30 dias para o dono encerrar as atividades no local


Moradores da rua Samuel Vink, centro de Irati, reclamam de infestação de ratos e baratas após a instalação de um barracão de lixo reciclável no local.

Arquivo pessoal
Segundo eles, o barracão não tem alvará de funcionamento e, além dos problemas com insetos e outros animais, caminhões carregados de lixo chegam fora de horário, causando transtornos para os vizinhos.

O morador Odair Marochi Filho explica que antes da instalação do barracão, os vizinhos não tinham nenhum problema. “Nós não tínhamos nenhum tipo de problema antes. As coisas começaram a mudar há seis meses, quando o barracão foi instalado aqui. Hoje, vive cheio de insetos e animais pela vizinhança. Já chegou a entrar rato dentro de casa. Não temos problema com o barracão de lixo reciclável, mas com os problemas que ele trouxe. É uma área de casas, residencial. Por que foi instalado aqui? Não tem lógica”, destaca.

Segundo ele, os vizinhos já procuraram os órgãos responsáveis, porém, sem sucesso. “Já denunciamos para a Prefeitura e para a Vigilância Sanitária. Fomos lá e reclamamos. Na Prefeitura, eles falaram que conversaram com o dono e ofereceram um espaço no Parque Industrial, mas ele recusou. Ninguém aplicou multa ou tomou algum tipo de providência até agora”, diz.

Odair ressalta que os vizinhos também já procuraram o dono do barracão, que se negou a deixar o local. “Os vizinhos se reuniram e foram conversar com o dono, mas ele disse que não quer sair, que está tudo bem lá. Falamos sobre a situação do cheiro, dos bichos e do barulho, mas ele disse que vai continuar lá”, completa.

O dono do barracão de lixo reciclável, Paulo Padilha, afirma que nenhum dos moradores entrou em contato diretamente com ele. Ainda segundo Paulo, após as reclamações, a Prefeitura Municipal de Irati realizou uma vistoria no local e não encontrou nada irregular.

“Os vizinhos reclamaram para a Prefeitura e eles foram no barracão fazer uma vistoria. Não encontraram nada de irregular, estava tudo certo. Procuro manter a organização lá dentro, para evitar reclamações. Não existe caminhões chegando fora de horário, porque só trabalhamos até às 18h. A outra empresa, que fica ao lado, às vezes trabalha fora de horário, mas nós não”, afirma.

Ainda segundo ele, a Prefeitura Municipal de Irati recolheu o alvará de funcionamento após a vistoria. Paulo conta que enviou um requerimento à prefeitura, solicitando o repasse de um terreno para a construção de um novo barracão de lixo reciclável.

“Há algum tempo eu solicitei a doação de um terreno, para construir um novo barracão e me mudar dali. Eu não quero incomodar ninguém. Não quero sair por conta das reclamações, mas sim porque quero expandir meu negócio. Agora, depende da prefeitura”, diz.

Paulo Padilha afirma que antes de adquirir o terreno do atual barracão, já tinha sido avisado sobre possíveis reclamações. “O dono do local já tinha me avisado de possíveis reclamações. Antes da minha empresa começar a funcionar, passaram outras por ali e, segundo o dono, os vizinhos reclamaram de todas. Eles vão reclamar de qualquer empresa que se instale ali. Eles querem que o barracão feche e construam uma casa no lugar”, ressalta.

A Prefeitura Municipal de Irati, através da Secretaria de Comunicação, informa que o barracão está localizado em área não permitida e, por conta disso, terá o prazo de 30 dias para encerrar suas atividades no local.

“Segundo a Lei de Zoneamento para uso e a ocupação de solo, o empreendimento encontra-se em Zona Residencial de Média Densidade II, no qual a atividade não é permitida, por apresentar relevante impacto à vizinhança. Entretanto, a atividade é permissível, desde que aprovada pelo Conselho Municipal de Urbanismo, porém, pelo local estar em desacordo com a legislação, sua utilização foi negada ao proprietário. A Prefeitura Municipal de Irati, dará o prazo de 30 dias para a empresa encerrar as suas atividades no local, ao passo que será ofertado novamente ao proprietário um terreno no Condomínio Industrial”, afirma a nota oficial.



Kyene Becker/Hoje Centro Sul