Ensino de Jovens e Adultos (EJA) de Irati terá cronograma normal em 2015

As informações de que a instituição não ofereceria aulas no ano letivo de 2015 não passam de boatos,
segundo o chefe do Núcleo Regional de Irati


Arquivo Hoje Centro Sul
Na última quinta-feira (27), o Ministério Público do Paraná emitiu um parecer a respeito da situação do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no município de Irati. Segundo a Recomendação nº 02/2014, ao menos uma escola de EJA deve ser mantida em Irati, bem como devem ser tomadas todas as providências necessárias para regular o funcionamento e a oferta do EJA.

Na última semana, alguns alunos e professores do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) de Irati disseram que a instituição não ofertaria aulas no ano letivo de 2015.
O chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati, Cleto Antonio Castagnoli, afirma que as informações não passam de boatos. “O EJA do município não vai fechar. Os alunos não ficarão sem aulas. Isso não existe. Nós tivemos problemas com alguns professores de Irati. Coordenamos a educação em nove municípios e apenas aqui tivemos problemas”, destaca.

A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos do NRE de Irati, Vera Borges de Carvalho, explica que as informações surgiram após a abertura irregular de uma turma no EJA. “A lei diz que, para a abertura de uma disciplina, é necessário que tenham, no mínimo, 20 interessados. Caso contrário, a disciplina não poderá ser ofertada naquele momento. Porém, quando a lista de interessados atingir o número mínimo, a turma poderá iniciar a qualquer momento, não precisando aguardar até o início do próximo ano letivo. Acontece que a escola abriu uma turma e só depois nos comunicou. O número de alunos não atingia o mínimo exigido por lei. Só estamos seguindo a lei”, afirma.
Ainda segundo ela, há dois anos, alguns professores estavam trabalhando em turmas com número reduzido, não cumprindo a lei.

“Tinha professor trabalhando com três ou quatro pessoas. Isso sem falar naqueles que não tinham nenhum aluno e estavam recebendo. Nesse caso, eles estavam esperando a abertura de turmas. Enquanto isso, no ensino regular, os professores estão sobrecarregados, dando aula para turmas com 30 ou 40 alunos. Ou seja, há um certo comodismo por parte de alguns professores da EJA”, ressalta.
O chefe do NRE de Irati, Cleto Antonio Castagnoli, conta que os professores da EJA que não conseguem o número mínimo de alunos para o início da disciplina são remanejados para o ensino regular.

“Ninguém fica sem estudar ou trabalhar. Aqueles professores que não possuem alunos são remanejados para o ensino regular. Durante esse tempo, se uma turma for aberta, o professor volta para a EJA. O que acontece é que alguns professores não querem ir para o ensino regular, porque lá terão muitos mais alunos do que no CEEBJA. Muitos professores do ensino regular já reclamaram de terem que dar aula para 40 alunos, enquanto tinham professores dando aula para apenas 1 na EJA, o que ia contra a lei”, completa.
Atual situação do

CEEBJA de Irati

Segundo a diretora do CEEBJA de Irati, Josiane Filipczak Gadens, todas as turmas da EJA do município estão dentro da lei. Ela explica que a atual reivindicação da escola é a abertura de novas turmas individuais. “O CEEBJA atende de duas formas: através de turmas coletivas ou individuais. No coletivo, a turma só inicia quando há o número mínimo de alunos. Já no individual, o aluno entra ao longo do ano e o professor atende ele de forma individual. Nós encaminhamos uma solicitação à Secretaria de Educação do Paraná, pedindo para que mais turmas individuais fossem abertas. Essa situação de turmas irregulares não existe mais. Esse fato ocorreu apenas nos anos anteriores”, ressalta.

Josiane destaca que a coordenação do CEEBJA está aguardando o parecer da Secretaria de Estado da Educação (SEED) para finalizar o cronograma escolar de 2015. “Estamos esperando as respostas da SEED, em relação à nossa solicitação e às orientações para o próximo ano letivo. Com isso em mãos, poderemos finalizar o cronograma e começar a divulgar as disciplinas ofertadas para o ano de 2015. No momento, a preocupação das professoras é em relação ao início das turmas, porque se não houver o número mínimo de alunos, essas professoras terão que dar aula no ensino regular até que a turma seja montada”, finaliza.

Kyene Becker