Programa de habitação proporciona dignidade à famílias do campo

Através do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), 65 famílias de agricultores de Rio Azul estão tendo acesso a casas novas. No dia 21 de março, na localidade de Butizal, houve uma confraternização na propriedade de Fabiana Aparecida Moro, simbolizando a entrega de 35 moradias em diversas propriedades rurais. No dia 25, houve a assinatura dos contratos para a edificação de outras 30 moradias, também através do PNHR.  Estiveram presentes os mutuários e representantes da Prefeitura de Rio Azul, da Câmara Municipal, do Banco do Brasil, do Emater e da Cohapar.



Em Rio Azul, em anos anteriores já foram formados outros grupos de agricultores que receberam moradias através de projetos similares e vêm sendo planejados alguns outros. Para o senhor Miguel Principal, contemplado, a casa nova é motivo de muita alegria.

“Eu fui no sindicato um dia, vi aquela quantidade de gente e perguntei o motivo daquele povo ali; eles me falaram que era sobre a habitação, e eu perguntei se eu podia dar meu nome, aí me falaram que precisava bater minha renda e pronto, bateu e dois anos depois eu to aqui, com a casa”, diz o agricultor.

Para Principal, a vida no campo desde cedo nunca foi fácil, ele mesmo nunca esperou ser beneficiado com tamanha ajuda.

O agricultor agora espera que outras pessoas tenham esta mesma oportunidade e saibam aproveitá-la assim como ele e sua família.
“O Sindicato me ajudou em tudo né, se não fosse o Eloi a gente não tinha conseguido, eu nem sabia disso”, diz Principal.
As novas casas são importantes para os agricultores familiares. Eloi Francisco Kottwitz, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Azul, vem trabalhando em conjunto com a Prefeitura Municipal, para realizar estes sonhos.
O tamanho das casas atende perfeitamente as exigências do produtor rural Miguel Principal, com três quartos, sala, cozinha e banheiro. “Para mim, nós somos só em três na casa, tá louco de bom”, completa.
Ainda que o déficit de casas no Paraná seja alto, Eloi Kottwitz espera poder colaborar, mesmo que de uma pequena forma, para que estes números mudem,
“Uma casa melhor, melhora a qualidade de vida, autoestima das famílias. Uma casa boa é segurança para família, bem-estar. São vários os fatores. A casa, a moradia, vai muito além de um espaço físico”.

Neste contexto, há vários momentos de discussão com as famílias através do  Projeto Caprichando a Morada.

“Desde a assinatura, o pessoal se reuniu mensalmente e trocamos ideias sobre como estão as casas. Esta troca de ideias colaboram e muito para a convivência dos trabalhadores do campo. Não é simplesmente construir uma casa, se fosse para isso nós faríamos uma construtora e pronto”.

 Grande déficit habitacional
O déficit habitacional paranaense é de 260.648 domicílios, sendo mais de 31 mil no campo, segundo dados da Fundação João Pinheiro, presentes no site da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR).

Objetivo do programa
O Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) integra o Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal e tem o objetivo de auxiliar na redução do déficit habitacional e incentivar os agricultores e seus filhos a permanecerem no campo.

Através do PNHR, é destinada uma verba de R$28.500,00 para a construção de cada casa. Em contrapartida, os agricultores se comprometem a pagar, durante quatro anos, um prestação anual no valor de R$285,00. Podem participar agricultores que possuem renda familiar anual de até R$ 15mil. As casas têm 47 m², com 2 quartos, sala, cozinha, banheiro,área de serviços e varanda.
“As pessoas que precisam de casa, através da organização em grupo, conseguem. Só não podem desanimar, o processo é meio lento mas é por aí o caminho”, diz Kottwitz.

Texto e Fotos:  Allyson Pallisser / Hoje Centro Sul


Casa Antiga


Casa nova