Odilon critica administração anterior por obras da prefeitura e ginásio

por Edilson Kernicki, com reportagem de Sassá Oliveira
Edição: Jussara Harmuch

Odilon considerou como "irresponsável" a atitude da administração anterior
 de construir ginásio e prefeitura nova

O prefeito Odilon Burgath (PT) voltou a comentar a situação das obras paradas no município de Irati e criticou a administração de Sérgio Stoklos por ter iniciado a construção da nova sede da prefeitura e do novo ginásio de esportes. Para ele, estas obras não são prioritárias e os recursos poderiam ser aplicados em áreas essenciais. Em entrevista à Najuá, Odilon fez analogia entre a administração pública e a familiar: “Se na sua casa está faltando alimento, se na sua casa está faltando vestimenta, roupa, você vai comprar carro zero? Não vai”, comparou.

Dessa forma, ele argumentou que “em uma cidade em que o novo prefeito teria uma enorme dívida a pagar ao funcionalismo, que necessita substituir as ambulâncias sucateadas, adquirir ônibus e micro-ônibus novos para a Saúde, reformar escolas, recapear ruas nos bairros e adquirir mais maquinário para auxiliar a agricultura, iniciar obras desse porte é considerado uma grande irresponsabilidade”.
Mais de R$ 1 milhão seriam necessários concluir a obra da nova prefeitura
Para a construção do prédio da nova sede da prefeitura foram gastos R$ 1,7 milhão e, segundo ele, precisa, pelo menos, mais R$ 1 milhão para ser concluída. Este investimento é feito com dinheiro da própria prefeitura. “Por menos de R$ 1 milhão fica muito difícil de ser entregue para uso, porque não tem nada de mobiliário, tem que ter um novo sistema de ar condicionado, porque as janelas são todas fixas, não tem infraestrutura externa para chegar lá, toda a parte de informática”, elencou. As chaves do imóvel ainda não foram entregues pela empresa Stafim.


Ginásio de Esportes José Richa
A construção do novo ginásio foi orçada em R$ 7,8 milhões, mas o contrato com a empresa que venceu a licitação, Stafim, ficou em R$ 7,322 milhões. Os recursos provêm de uma operação de crédito realizada pelo município junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano, Sedu/Paraná Cidade, com contrapartida de R$ 1 milhão. Até agora foram gastos R$ 3,155 milhões, dos quais 527 mil são recursos próprios do município.

Os trabalhos no ginásio foram paralisados depois que uma perícia contratada pelo município indicou falhas na estrutura que sustenta o telhado. A responsabilidade por um erro no projeto ainda está sendo apurada. “Um valor de R$ 7,322 milhões de contrato original, tendo sido já pagos na época R$ 3,155 milhões e nós já temos as parcelas do financiamento sendo pagas. E na sequência [vieram] problemas na parte da estrutura. Fissuras nos pilares, em função do assentamento do telhado”, lembrou o prefeito. Além disso, a perícia revelou problemas nas arquibancadas. “Na distância entre o pé direito e os primeiros degraus da arquibancada, o ângulo não está correto e elas podem vir abaixo”. Paralelamente a este problema, o empreiteiro reivindica aditivo.  O total, de acordo com o prefeito, pode passar de R$ 8 milhões.

Pelo entendimento da prefeitura, das obras paradas, o único contrato que estava dentro do período de vigência quando a administração petista assumiu, é do ginásio. “O município de Irati não pode ficar nesse prejuízo. Nós temos que ser ressarcidos. Elaboramos a rescisão do contrato com a executora. Não aplicamos nesse momento a multa, até porque a perícia conclui fortemente que há problemas de projeto, houve um erro do projetista”, apontou. O prefeito continuou a desmentir o que a antiga executora da obra vinha propagando em redes sociais, de que o ato administrativo em relação à obra estaria suspenso. Segundo Odilon, apenas a aplicação de multas está suspensa.

Uma visita técnica do Paraná Cidade deve ser programada para dar um rumo à obra. A ideia é refazer a base para não precisar demolir, o que demandaria em torno de R$ 4 milhões.

Centro da Juventude
Com recursos do estado, o Centro da Juventude está mais perto de ser concluído. O montante necessário para retomada desta obra, construída pela RCD Engenharia Ltda, parada desde o final da gestão anterior, está calculado em R$ 775 mil. O prefeito disse que já fez o que estava ao seu alcance. “Nossa equipe técnica refez a planilha e encaminhou para a Secretaria de Estado da Família, que é a competente para dar autorização para retomar a licitação e concluir o Centro da Juventude. Isso desde o primeiro semestre do ano passado. E até agora não temos resposta”, disse.

As três obras estão localizadas no mesmo local, a Avenida Perimetral João Stoklos.

Centro de Artes Unificados (CEU)- ex-praça do Esporte e da Cultura
Outras duas obras paradas em Irati são o Centro Cultural Denise Stoklos, na entrada da cidade, sob responsabilidade do governo estadual, e o Centro de Artes e Esportes Unificados- a ex- Praça de Esportes e Cultura do Conjunto Joaquim Zarpellon, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), do Governo Federal.


 “Não há qualquer contrapartida municipal que acarrete no atraso da continuidade do Centro Cultural Denise Stoklos. Sempre em contato com a Unicentro, o reitor tem me dito que o governo do Estado sinaliza que não tem recursos. Hoje, por menos de R$ 10 milhões, não se conclui o Centro Cultural, e o governo do Estado, que vive problemas financeiros, não tem essa disponibilidade para concluir. É uma obra que já está parada há muito tempo, desde o final do mandato do governador Roberto Requião”, ressalta.

Rodoviária pode ser concluída ainda no primeiro semestre

Prefeito acredita que rodoviária será inaugurada até o aniversário de Irati
Sobre a conclusão da Rodoviária, Odilon demonstra otimismo e prevê que ela seja entregue durante o primeiro semestre. “O trabalho de forro já foi executado. Agora, um trabalho que não aparece tanto ali, mas que é moroso, que é da drenagem, da abertura de galerias pluviais, o assentamento de paver, de calçada”, contou. Os vidros devem ser instalados dentro de 15 dias.  A expectativa é de inaugurar no aniversário de Irati, em 15 de julho. O custo para finalizar a obra foi estipulado em R$ 1,5 milhão.




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Texto: Edilson Kernicki, com reportagem de Sassá Oliveira/Najuá
Edição: Jussara Harmuch/Najuá
Fotos: Sassá Oliveira/Najuá e Arquivo/Hoje Centro Sul