Tarde de Campo demonstra potencial de cultivares de feijão

Ocorreu na última quinta-feira, (09), uma Tarde de Campo na localidade de Linha Iratizinho, em Irati, já próximo a Inácio Martins.  A propriedade de José Pires da Silva recebeu o Projeto Centro Sul de Feijão e Milho, do qual faz parte há dois anos.

[caption id="attachment_34845" align="alignleft" width="300"]feijao 2 José da Silva (centro) teve bom rendimento com a variedade de feijão Tuiuiú[/caption]

O projeto, realizado em parceria pela Empresa de Assistência Técnica Rural (Emater), Syngenta, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), tem o objetivo de profissionalizar agricultores nas lavouras tradicionais de feijão e milho, possibilitando gerar poupança para a introdução de outras atividades na propriedade.
A Embrapa e o Iapar disponibilizam as sementes, priorizando na região, o cultivo de feijão preto, por ter grande demanda no Centro Sul. A Emater oferece técnicos que acompanham desde a análise de solo, o plantio e a condução da lavoura. E os adubos e agroquímicos são fornecidos pela Syngenta, para controle de mato, pragas e doenças.
Mas, para o projeto ser realizado, é preciso uma área rural para o plantio. Assim, o agricultor colaborador do projeto recebe todos os produtos e assistência, enquanto sede a área para plantio e mão-de-obra para a condução do projeto.
José Pires da Silva está na região há 19 anos e conta que anda tendo problemas com o cultivo de fumo. Segundo o agricultor, além do esforço demasiado empregado na lavoura, o lucro é pouco.  José Pires da Silva afirma que tem 70.000 pés de fumo plantados em sua propriedade, e, neste cultivo,  passa seis meses do ano trabalhando sem lucro e os outros seis meses com lucro variando em torno de R$ 1,00 à R$ 1,50 por dia.
O Projeto Centro Sul de Feijão e Milho criou novos horizontes para o agricultor. Para ele, será bem mais viável trabalhar com feijão. Na experiência feita na propriedade do agricultor, já foram vistos resultados. A variedade Tuiuiu, fornecida pelo Iapar, foi a que mais se adequou à sua produção, sendo o mais forte, e não dependendo tanto de agroquímicos. Para José da Silva, a utilização de agrotóxicos em qualquer lavoura deve ser diminuído.
Segundo Flávio Cardozo D´Angelo, engenheiro agrônomo e extensionista municipal da Emater em Irati, a Tarde de Campo serve para difundir o projeto. “Nosso objetivo é aumentar o número de produtores, a idéia é ir para outras comunidades e implantar o programa.” Em cada comunidade que o projeto é realizado, cria-se um banco de sementes distribuídas, trocadas ou vendidas entre os demais agricultores da área.
José Kalusz, técnico da Embrapa, afirma que se o trabalho de análise e preparo do solo, análise do clima da região e da variedade mais adequada à área de plantio forem feitas, o uso de agroquímicos também pode ser reduzido consideravelmente.

Texto e foto: Kaio Ribeiro, da Redação