Irati promove ações de combate ao tabagismo

Neste ano, pela primeira vez, o programa Irati Livre do Tabaco foi levado ao interior do município, à comunidade de Faxinal de Rio do Couro

Esta semana foi dedicada por órgãos de saúde pública no Brasil para combater o tabagismo, em alusão ao dia 29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo. Neste ano, a campanha do Ministério da Saúde enfatiza os perigos do narguilé, também é conhecido como cachimbo d' água.

narguile[1]Em Irati, os coordenadores do programa Irati Livre do Tabaco se preocupam com o hábito que tem se tornado popular na região, principalmente entre os jovens. “Embora pareça inofensiva, uma sessão de narguilé tem nicotina equivalente a 100 cigarros. Temos relatos de jovens que enfartaram devido à alta concentração de nicotina e, além disso, ele transmite doenças pelo uso comunitário. Cabe um alerta aos pais, que devem estar conscientes de que o narguilé não é inofensivo, pode ser o início do vício e é muito perigoso”, alerta a sanitarista integrante do projeto, Maria Aparecida Ruthyna.

O programa Irati Livre do Tabaco está finalizando o 39º grupo, com mais de 500 pessoas que já passaram pelo programa, recebendo ajuda para deixar o vídio. Neste ano, pela primeira vez, a iniciativa foi levada ao interior do município, à comunidade de Faxinal de Rio do Couro. “Os participantes no interior compõem o 40º grupo do programa. A ideia de levar o programa até lá surgiu por meio de um casal da comunidade que participou de um grupo em Irati e conseguiu deixar o vício”, conta Maria Aparecida.

DEIXE O VÍCIO

A equipe multidisciplinar que orienta o projeto Irati Livre do Tabaco foi treinada pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer). As vagas são limitadas a até 18 pessoas por grupo, mas os interessados podem deixar o nome na lista de espera para os grupos seguintes. Informações podem ser obtidas pelo telefone (42) 3907-3146.

Texto: assessoria PMI




Entenda o que é o narguilé e como ele age

O narguilé é um dispositivo para fumar no qual o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é visto como menos nocivo à saúde. Mas, na verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros.

Estudos associam o uso de narguilé ao desenvolvimento de câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal (da gengiva) e com o baixo peso ao nascer, além deexpor seus usuários a de nicotina em concentração que causa dependência. Após 45 minutos de sessão, o narguilé aumenta os batimentos cardíacos e a concentraçãode monóxido de carbono expirado.. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio. Em longo prazo, seu consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas: compartilhar o bocal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.

Dados da Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) - realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o INCA, - apontaram que o cachimbo de origem oriental tinha, na época, quase 300 mil consumidores no país. Vale destacar que o narguilé tem uma característica peculiar: um único cachimbo pode ser usado por várias pessoas simultaneamente. Isso reforça o aspecto da socialização, algo muito atraente especialmente para os jovens.

Informações da pesquisa Vigescola evidenciaram a alta prevalência do consumo do narguilé entre escolares de 13 a 15 anos em 2009. Em São Paulo (SP), 93,3% dos entrevistados que consumiam outros produtos de tabaco fumado, além do cigarro industrializado, declararam usar o narguilé com maior frequência. Em Campo Grande (MS), 87,3% dos estudantes ouvidos disseram preferir o cachimbo oriental. Já em Vitória, o percentual ficou em 66,6%.

O mesmo panorama foi constatado pela pesquisa Perfil do Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni) do Ministério da Saúde entre universitários de alguns cursos da área da saúde: em Brasília (DF) e São Paulo (SP), em 2011, dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de produto derivado do tabaco, de 60% a 80%, respectivamente, fizeram uso do narguilé.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer