Pastor da Igreja Luterana relembra os 500 anos da Reforma Protestante



Em comemoração ao dia 31 de outubro, que fiéis do mundo inteiro celebram os 500 anos da Reforma Protestante, a Tribuna Popular da Sessão Ordinária do dia 31, foi utilizada pelo Pastor da Igreja Luterana, Manoel de Jesus Oliveira Silva, que discorreu sobre a Reforma e seus efeitos históricos, teológicos e práticos no mundo. O centro mundial dessas celebrações é Wittenberg, o vilarejo alemão onde nasceram as ideias que provocaram a maior divisão da história do cristianismo.

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A convite do Vereador e Vice-presidente da Câmara, Roni Surek (PROS), o Pastor Manoel fez um breve relato sobre a importância deste evento marcante na história ocidental, que trouxe ao mundo uma variedade de conceitos profundamente relevantes hoje, como pluralidade social, liberdade de consciência, tolerância, liberdade de religião, liberdade de pensamento, a ideia da igualdade de todos os seres humanos, ajuda ao próximo e alfabetização.

Manoel iniciou a sua explanação citando o ano de 2000, quando saiu uma edição especial da Revista Veja com os 100 fatos que mudaram a história do mundo, desde 1001 até os dias de hoje. “Lutero e a Reforma Protestante ficaram em terceiro lugar, perdendo apenas para a descoberta da América por Cristóvão Colombo e a criação da imprensa por Gutenberg, mas, se engana quem acha que Lutero contribuiu apenas para a mudança na religião e na teologia, ele contribui muito mais do que possamos imaginar na área da música, economia e da educação, sendo inclusive reconhecido como o pai da alfabetização”, contou Manoel explicando também que a história da reforma começa muito antes do nascimento de Lutero. “Tudo começou no dia 6 de julho de 1415, na Boêmia, onde hoje se localiza a República Tcheca, lá estava Jan Huss, amarrado em um poste de madeira, sua sentença era ser queimado por ensinar algo diferente do que a igreja da época ensinava. Reza a história que antes de morrer fez uma profecia: ‘hoje vocês estão assando um ganso magro, mas no futuro, em cem anos, um cisne irá cantar. Este cisne vocês não vão poder assar, nem tão pouco prendê-lo com armadilhas’. 100 anos depois, em 1515, Lutero estava lecionando a Carta de Paulo aos romanos”, contou o Pastor.

Manoel fez um breve relato também sobre a história do monge católico Martinho Lutero que não concordava com a “venda do perdão”. “Em outubro de 1517, Lutero afixou na porta do castelo de Wittenberg suas famosas 95 Teses. Nelas, o monge alemão, defendia a extinção das indulgências e atacava a riqueza acumulada pelo Vaticano. Com isso o monge foi expulso da Igreja, fato que levou uma série de alemães a se desligarem da Igreja de Roma. Livre das limitações teológicas, Lutero passou a escrever uma série de livros onde defendia o renascimento da Igreja. Estabeleceu a Bíblia como a mais alta autoridade doutrinária da Igreja. Para ele, a salvação era fruto direto da fé do cristão em Deus e somente poderia ser alcançada pelo relacionamento entre o fiel e Deus”, explicou.

Conforme o Pastor, a Igreja Luterana está presente em Irati há mais de 60 anos, divulgando a palavra de Deus, “baseando-se sempre no único caminho, verdade e vida, Jesus Cristo”, destacou Oliveira pedindo que a palavra a respeito da reforma ecoe em nossos corações, seguindo os três principais pilares da reforma: “Somente a Escritura, Somente a Graça e somente a Fé em Jesus Cristo”.

Roni Surek agradeceu a presença e as palavras do Pastor. “ Que Deus permita que este respeito que vem existindo entre católicos, evangélicos e espíritas seja sempre crescente. A melhor religião é aquela que faz você cuidar bem da tua família, dos amigos e do trabalho e respeitar uns aos outros”.

O vereador Helio de Mello (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Irati, frisou este momento de fé, que demostra também a importância da Casa de Leis, que além das discussões políticas, abre espaço para a comunidade expressar seus sentimentos, valores, princípios e principalmente a sua fé”, concluiu o parlamentar, lembrando que, segundo ele, a política e a religião devem caminhar alinhadas. Ao final da Sessão, o Pastor Manoel junto da sua filha, cantaram em português e em alemão o Hino da Reforma, escrito por Lutero, baseado no Salmo 46.

Texto e foto:
Assessoria