Judiciário paranaense entra em greve

Os servidores do judiciário paranaense estão com as atividades paralisadas. A mobilização tem como objetivo conquistar as reivindicações apresentadas em pauta. A greve já havia sido anunciada no dia 08 de maio e a categoria esperou por 17 dias as respostas do Tribunal de Justiça (TJ) sobre a Pauta de Reivindicações.

Sindijus
Em Assembleia Geral, na segunda-feira, 25, os servidores definiram estratégias para o movimento de greve. Sem qualquer manifestação do TJ, a paralisação começou às 10h de terça-feira, 26, em todo o Paraná.

Segundo o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus-PR),a única pauta atendida pelo TJ, durante o período, foi o compromisso de cumprir a Lei da Data Base e encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de lei que reajusta os salários dos servidores em 8,17%. Os demais 24 itens da pauta geral da categoria sequer foram mencionados pela administração.
Durante a assembleia do dia 25, o coordenador-geral do Sindijus-PR, José Roberto Pereira, anunciou as adesões no interior. Muitas comarcas já começaram com 100% de participação da categoria e outras deixando apenas serviços de urgência. “A nossa greve não é por dinheiro. Queremos apenas Justiça, melhores condições de trabalho e tratamento isonômico. A nossa greve é por respeito”, reforçou José Roberto.

Na Assembleia foi encaminhada a concentração será em frente ao Tribunal de Justiça a partir das 10h de terça-feira, 26. No interior, os servidores que não se deslocarem à capital deverão paralisar as atividades e distribuir os materiais da campanha à porta dos locais de trabalho.

Paralisação na Região Centro Sul
Segundo o servidor do TJ e representante de base do Sindijus-PR, Saulo Roberto Korocoski, todas as comarcas da região aderiram à paralisação. Segundo ele, apenas o percentual de funcionários é que muda de um município para outro.Em Irati, 92% dos servidores estão parados, em Rebouças 100% e Prudentópolis 80%. As comarcas de Imbituva, Teixeira Soares e Mallet também aderiu ao movimento, mas até o fechamento desta edição não foi confirmado o percentual de funcionários paralisados.

Saulo explica que a paralisação acontecerá por tempo indeterminado, até que o TJ dê uma resposta sobre a pauta de reivindicações. “As reivindicações envolvem de uma maneira geral o funcionamento do Tribunal de Justiça: falta de servidores, estrutura das edificações, pois muitas têm mais de 40 anos e não comportam mais as pessoas, funcionários que ocupam a mesma função, mas tem disparidades no salário, além de outros requisitos que vão além da remuneração, que visam uma melhora na estrutura do Poder Judiciário para atender melhor o público”, comenta.

Na terça-feira, 26, os servidores colocaram folders, cartazes e faixas na frente do Fórum. Segundo Saulo, a ideia é fazer uma movimentação na frente da comarca. “Por conta das condições climáticas nós adiamos essa atividade em frente ao Fórum, mas nos próximos dias a intenção é que isso aconteça. A princípio as atividades estão concentradas na frente do Fórum, mas também vamos nos deslocar para Curitiba”, explica Saulo. Os servidores também estão organizando campanhas de doação de sangue e agasalhos.

Funcionamento
As comarcas mantêm em funcionamento apenas os serviços de urgência. São demandas urgentes: aquelas atendidas durante o plantão no recesso de final de ano; Procedimentos de Réu preso (neste caso inclusive audiências), Lei Maria da Penha, algumas matérias da Infância e Juventude e Família (ex: busca e apreensão, menor acolhido ou apreendido), os remédios nas varas da Fazenda e Juizado da Fazenda Pública, e demais especificidades de acordo com Resolução Nº 115 de 13 de outubro de 2014 do TJPR, disponível para consulta em sindijuspr.org.br.

Ana Paula Schreider com informações do Sindijus