É dia de feira...

Quem quiser pode chegar’. A popular música do grupo O Rappa imortalizou a cultura da feira livre no Brasil. Foi no dia 25 de agosto de 1914 que a primeira feira livre aconteceu no país. Por esse motivo, o Dia do Feirante é comemorado nesta data. Populares em várias cidades brasileiras, as feiras são espaços para comercialização de diversos produtos, desde verduras até alimentos caseiros.

Em Irati, a tradicional feira acontece há quase 30 anos. Catarina Orchel e Sandra Orchel são feirantes desde os primeiros anos em que há espaço para este tipo de comércio na cidade. Mãe e filha comercializam verduras e legumes nas segundas, quartas e sábados e contam como é trabalhar na feira iratiense.

@Kyene Becker/Hoje Centro Sul
“Mudou bastante coisa de 30 anos pra cá, tem pessoas que foram embora, tem pessoas que estão trabalhando aqui desde aquela época também. A parte boa de trabalhar aqui é que fizemos bastantes amigos durante esse tempo, sempre estamos conversando e trocando informações sobre plantação e os produtos”, diz Sandra.

A rotina em dia de feira começa cedo. Nas segundas e quartas, a feira acontece somente na parte da tarde. Nesses dias, Catarina e Sandra começam a preparar o espaço onde vendem as verduras e legumes às 15h. Já no sábado, mãe e filha iniciam a jornada às 7h30. Catarina diz que muitos feirantes começam o dia às 6h30. “Nós gostaríamos de começar mais cedo, mas como temos crianças em casa, não podemos. Tem gente que às 6h30 já está arrumando seu espaço na feira”, afirma.
Marilza Sidenoski também é feirante em Irati. Ela fabrica sozinha todos os produtos que comercializa, dentre eles, macarrão caseiro, pães, geleias, sonhos, bolachas caseiras e pasteis. Marilza trabalha na feira há quase 15 anos e conta que no início, a situação foi complicada.

@Kyene Becker/Hoje Centro Sul

“No começo foi bem difícil, porque você começa em um lugar novo, não tem cliente e nós nunca  trabalhamos com o público antes. Começamos vendendo bem pouco, mas fomos ganhando os clientes, fazendo amigos e depois de uns seis meses, as coisas foram melhorando”, explica. Ela ressalta que no início, o movimento era baixo, mas agora a situação é outra e conta como é a relação com os clientes.

“Eu percebia que não vinha muita gente aqui, era pouco frequentado. De uns três anos para cá que o movimento aumentou e mais gente vem procurar os produtos. No verão é melhor de vender, porque tem mais variedade e a clientela aumenta. Os clientes são simpáticos, sempre estão aqui na feira, conversam, nos tratam super bem. Por isso é bom trabalhar aqui. Nós temos clientes de todos os tipos. Tem aqueles que vêm em toda feira, não perdem uma, e tem os novos, que às vezes estão passeando aqui na cidade, vem ver a família aqui perto do centro e acabam passando por aqui”, completa.

Marilza explica que faz todos os produtos que vende na feira com felicidade. “Aqui na feira nós vendemos verduras, pastéis, pães, macarrão, sonho, de tudo um pouco. Eu faço todos os produtos que vendemos aqui. Geralmente, minhas clientes perguntam como eu aguento fazer tanta coisa. Eu gosto de fazer tudo, porque se você não gosta de uma coisa, não adianta, o negócio não vai pra frente”.
Além do trabalho de feirante, Marilza trabalha na lavoura junto com o marido, que a auxilia nas quartas e sábados, quando eles comercializam os produtos na feira.

Não só de clientes e produtos vive a feira. Segundo Marilza, a boa convivência com os outros feirantes é importante e ela afirma que eles convivem como uma família. “É bom trabalhar aqui. A minha relação com os outros feirantes é muito boa, pois todos conversam, cumprimentam. Nós vivemos como se fosse uma família de verdade”, finaliza.

A Feira Iratiense funciona segunda, quarta e sexta-feira a partir das 16h e sábado, a partir das 8h.


Por Kyene Becker