Produção de trigo e outras culturas de inverno aumentam em relação a 2013


As culturas de inverno, tradicionalmente, não representam grande produção no núcleo regional de Irati da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), que engloba as cidades de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares. São quase 12% de área plantada na cultura de inverno contra mais de 78% de área plantada durante a primeira safra do verão. Porém, a situação está mudando e mais agricultores estão investindo na principal cultura da época, o trigo. Segundo a engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural da SEAB – núcleo Irati, Adriana Baumel, houve um aumento na produção do trigo em relação a 2013. “As culturas de inverno ocupam uma área bem menor do que a área plantada de culturas de verão. Porém, o plantio das culturas de inverno está aumentando, principalmente o trigo, porque vinha de uma média de preço bom e até mesmo por falta de opção de plantio de inverno. Nós tivemos um aumento de quase 9% em relação à área planada do ano passado”, diz.

@Vagner dos Passos/Hoje Centro Sul

A engenheira agrônoma ressalta que apesar do aumento de área plantada, a situação atual não é favorável, devido aos baixos preços da importação. “O trigo está com um preço abaixo do esperado pelo produtor. A questão do trigo já não é de oferta, mas sim da importação. As taxas de importação do trigo foram quase zeradas e isso incentivou as empresas que utilizam o produto a importarem, devido ao preço baixo, ao invés de comprar o trigo diretamente daqui”, completa.

Além do trigo, outros produtos fazem parte da cultura de inverno, como triticale, cevada, centeio, aveia preta e branca e canola. Segundo dados da SEAB, centeio e canola representam as menores produções dentre as culturas. As áreas plantadas dos dois produtos somam apenas 425 hectares. Adriana explica que as condições climáticas estão favoráveis para o desenvolvimento desses produtos e a expectativa dos produtores é por uma boa safra. Porém, ela ressalta que a baixa de preços está afetando todas as culturas, inclusive as de verão. “Todas as culturas estão tendo problemas com o preço, ou seja, não são preços que o agricultor gostaria que estivessem desse jeito. Porque assim, fica difícil cobrir o custo de produção e agregar valor à renda, através da comercialização. A soja está em baixa. Nós chegamos nessa safra a 72 reais a saca e, hoje, ela está custando 56 reais”, completa. Expectativa para a safra 2014/2015 Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pelo Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), as culturas de soja, feijão e tabaco devem sofrer um aumento.

O destaque fica para o feijão, que deve ter aumento de 21% em relação a 2013. Já o milho deve sofrer uma leve queda, mas os pesquisadores lembram que a produção da segunda safra do milho foi recordista em 2013 e devido a isso, a produção do milho para próxima safra deve normalizar.

Kyene Becker