Suspeito de causar morte de dona de lanchonete diz que se defendeu de agressões

Crime que aconteceu no interior de Prudentópolis teve como motivo o som alto de veículos que estavam perturbando os clientes

13757556290.88252500[1]O condutor do veículo Corsa, João Gilberto Fernandes, suspeito de atropelar e arrastar o corpo de Mari Luci Alves, de 43 anos, prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Prudentópolis, alegando que foi agredido por pessoas que estavam na lanchonete de propriedade da vítima. O motivo da tragédia teria sido o som alto de seu carro, que estava incomodando os outros clientes. Fernandes contou que, para se defender, saiu com o veículo, fazendo manobras pelo estacionamento, mas acabou atingindo e arrastando Mari, que morreu no local.

O crime, que aconteceu na madrugada do domingo, 28 de julho, na localidade de Rio dos Patos, teve repercussão nacional. O delegado, Osmar de Albuquerque Pontes Junior, conta que, em depoimento, o suspeito disse que recebeu agressões, saiu com o veículo e não percebeu que havia alguém perto. “Claro que quando se dirige um automóvel, é fácil perceber quando tem algo de errado. Então, é pouco provável que ele não tenha percebido o corpo da vítima, que ficou preso embaixo do carro”, comentou Pontes Junior.

Porém, independente disso, o delegado ressalta que, mesmo depois de ver o acidente, Fernandes não prestou socorro. “Entendemos que ele praticou homicídio doloso, pois podia prever que a sua atitude poderia resultar em morte”. Por esses motivos, o suspeito foi preso.

Outra informação repassada à polícia e também confirmada pelo motorista é que ele havia ingerido bebida alcoólica, momentos antes do crime. Como ele saiu da lanchonete, Pontes Junior afirma que o exame do bafômetro foi prejudicado.

Polícia Civil vai concluir investigações

De acordo com o delegado, Fernandes está preso pela forma de crime que cometeu – que é inafiançável na esfera policial. Somente o juiz pode lhe conceder a liberdade provisória. Pontes Junior ainda lembra que o poder judiciário local entendeu que o suspeito deve continuar detido, respondendo ao processo.
Além do indiciado preso, uma mulher também foi detida. Franciele de Fátima Kruppa Raymundo, que estava no veículo como passageira, foi liberada porque, segundo a Polícia Civil, não possuía relação direta com o crime.

Com o andamento das investigações, a polícia pretende saber o que houve de fato, para que também possa avaliar se aconteceu um crime qualificado. “Se constatarmos isso, o suspeito pode ser condenado até 30 anos”. O delegado adverte que se for comprovado um crime contra a vida, a decisão será no tribunal do júri.

Fernanda Santos,  Najuá, com reportagem de Elio Kohut


Imagem: Reprodução/RPC-TV