Moradores do Conjunto Molinari reivindicam solução para drenagem

Há três anos, os moradores do Conjunto Molinari receberam a visita de maquinário para que fosse feito o calçamento das ruas Esperança, El Dourado, Paraíba, Particular, Dos Pinheirais, Iguatemi, São Marcos e Bragantino – a via mais próxima da BR 153 no bairro. Segundo um dos moradores, José Neuri de Sousa, a obra seria totalmente financiada por recursos a fundo perdido. “Até DSC00716colocaram aquela placa escrito ‘Governo do Paraná”, afirma o morador. Dois meses depois de construído o calçamento, o morador relata que Conjunto recebeu novamente as máquinas, dessa vez, para desmanchar o calçamento, que teria sido feito fora do nível planejado. Terminadas as obras, os moradores do bairro passaram a receber um boleto referente às melhorias feitas na rua. “O problema começou aí”, pontua Sousa.
Na época, o edital divulgado pela Prefeitura indicava não só itens de pavimentação, mas de drenagem também. Porém, a obra foi realizada cumprindo apenas o primeiro ponto. O documento – que incluía a construção de bocas de lobo com grelhas de concreto e caixas de ligação de alvenaria com visita – foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 25 de maio de 2011. Desde então, alguns dos moradores do Conjunto questionaram o valor do boleto recebido. Além de morador, Sousa também é proprietário de um comércio de esquina no bairro. O montante a ser pago por ele totaliza R$ 5.709,60 – dividido em 36 vezes de R$ 158,60. “Eu pago R$ 40,00 da casa e teria que pagar mais R$ 158,60 do meu comércio”, revela.
Indignado, Sousa se recusou a pagar a contribuição de melhoria tanto da casa, como de seu comércio até o início deste ano – quando tentou vender sua casa no Conjunto e foi impedido por estar inadimplente. Por causa disso, seu nome foi parar na empresa de proteção ao crédito, Serasa Experian. “Na época, nós fomos até a Prefeitura para reclamar e não resultou em nada”, comenta. Os moradores fizeram um abaixo-assinado com 41 assinaturas, porém igualmente sem efeito, informa Sousa.


[caption id="attachment_29842" align="alignright" width="448"]A chuva escorre pelo meio fio e cai direto no quintal de Palmira A chuva escorre pelo meio fio e cai direto no quintal de Palmira[/caption]

Problemas da falta de drenagem

“Ficou pior do que já estava. Agora, quando chove, a água que corre pelo asfalto entra toda na minha casa depois que fizeram o calçamento”, diz a moradora Palmira de Lara. Sua casa localiza-se exatamente no fim da rua Bragantino. “A água chegou até na metade do meu muro uma vez. O quintal fica parecendo uma piscina”, comenta Palmira sobre as conseqüências da obra. “Todo mundo das outras ruas tem esse problema. Não é só a gente”, completa. Porém, ela e outros moradores já acertaram todas as parcelas recebidas.
Um dos trabalhadores que ajudou na obra também reside no Conjunto Molinari. Henrique da Silva explica que a única coisa que foi feita foi a pavimentação. “Foi passado a patrola, arrumaram a rua, jogaram terra e pedra e só. A única saída de água foi feita no final do bairro”, diz Silva. O morador vive com os pais e sua família também está começando a pagar os boletos neste ano.
Município se responsabilizará pelo término da obra
O secretário municipal de Planejamento da Prefeitura Municipal de Irati, Valdecir Aksenem, explica que, no contrato entre o município e o governo, constavam apenas os elementos que foram devidamente construídos. “O documento não contemplava a drenagem. Isso significa que a gestão anterior teria se comprometido a construir o que faltava com recursos próprios e, infelizmente, não fez”, afirma. O secretário, após reunião com o prefeito Odilon Burgath, diz que o município irá se responsabilizar pelo término da obra e a pela retirada da dívida ativa para os moradores que ainda não pagaram as parcelas. “É injusto pagar por algo que não receberam. Portanto, para aqueles que não pagaram ainda, haverá a retirada da dívida ativa”, completa.

Texto: Lucas Waricoda
Fotos: Sérgio Popo